Encerrado o prazo de três semanas de negociações exclusivas entre a Vivendi e a Numericable para definir o destino da operadora móvel francesa SFR, o conselho de diretores da holding que no Brasil controla a GVT se reúne hoje para bater o martelo se aceita ou não a oferta da operadora de TV paga e banda larga do grupo Altice de 11,75 bilhões de euros em dinheiro mais 32% na nova empresa combinada. A decisão, contudo, acaba de ganhar mais pressão com um novo aumento na proposta em dinheiro da Bouygues Telecom: de 15 bilhões de euros mais 10 % da joint-venture entre as duas teles móveis. A proposta prevê que essa participação de 10% valha cerca de 1 bilhão de euros na nova empresa antes das sinergias e 2 bilhões de euros incluindo as sinergias.
A Bouygues conseguiu um aporte de 2,85 bilhões de euros de um grupo de instituições financeiras e investidores internacionais, que devem ficar com uma participação de 39% na joint-venture – a Bouygues Telecom teria o controle com 51%.
É o segundo aumento consecutivo para tentar fazer com que o board da Vivendi reconsidere sua decisão inicial que descartou a Bouygues da disputa. Há duas semanas a Bouygues subiu em 1,85 bilhão de euros a última oferta feita (e rejeitada), totalizando o pagamento em dinheiro de 13,15 bilhões de euros, além de diminuir de 46% para 21,5% a participação da Vivendi no capital da joint-venture a ser constituída. Agora, o grupo aumentou em outros 1,85 bilhão de euros a oferta e reduziu ainda mais a participação na joint-venture, o que se propõe a diminuir exposição da Vivendi ao negócio de telecomunicações, algo que a holding deseja há algum tempo para poder focar seus esforços no mercado de mídia.
Além da oferta em dinheiro, a Bouygues se propôs também a pagar uma taxa de 500 milhões de euros pela dissolução do negócio caso a fusão entre as operadoras móveis não consiga as aprovações regulatórias necessárias.
A oferta da Bouygues tem validade até o dia 25 de abril.
