De olho no potencial do setor energético (Oil & Gas) na América Latina, a Orange anunciou que está duplicando a cobertura de satélites para o continente americano, com o Brasil como um dos principais mercados. Isso é possível graças a investimentos na estrutura de túneis virtuais (VPN) corporativos na região para usar "qualquer satélite da SES e da Intelsat que cubra as Américas", de acordo com o executivo da área de networking solutions da empresa nos Estados Unidos, Dennis Kruse.
Esse tipo de investimento é importante para atender ao mercado brasileiro, em especial com as atuações da indústria no Pré-sal. A Orange espera oferecer, com essa capacidade satelital contratada, infraestrutura de comunicação para estações remotas e navios. Segundo Kruse, a conectividade pode variar de entre 2 Mbps e 4 Mbps, como é normalmente, até 50 Mbps em caso de uso de satélite individual.
"O aumento da capacidade visa não apenas fornecer comunicação de dados, que é o que temos de maneira usual para corporações, mas tornar ambientes como navios ou áreas de mineração como se fossem extensão do escritório que a empresa tem hoje", afirma o vice-presidente de vendas da Orange Business Service, Mauro Cruzeiro. "Não só com comunicação de dados como telefonia, audioconferência, videoconferência, telepresença, Wi-Fi e assim por diante."
Cruzeiro explica que os serviços são oferecidos nas bandas C, Ku e Ka, mas é mais focado na banda C por conta da maior disponibilidade diante de más condições meteorológicas. "Com as tecnologias de compressão e aceleração, a gente consegue performance bastante semelhante à de uma fibra. Obviamente o tempo de latência na rede não é exatamente o mesmo, mas, em utilização, é bem parecido", garante o executivo, citando aplicações pesadas como, por exemplo, telepresença.
Os dados são criptografados e trafegam na infraestrutura da Orange para garantir a segurança da comunicação. Mauro Cruzeiro explica que isso é particularmente importante para fornecer serviços em territórios internacionais. "A embaixada da Bélgica, por exemplo, usa nossa rede em diferentes países, utilizando vários tipos de acessos disponíveis para poder trafegar informação confidencial usando redes MPLS de maneira dedicada", detalha.
A Orange não divulgou investimentos para a duplicação da capacidade e nem a participação do Brasil nos negócios, mas diz que é o principal país da América Latina e que representa 50% das atividades nessa região, seguido de Chile, Colômbia, Argentina e México.