O ministro das Comunicações Hélio Costa avaliou as propostas comerciais da União Européia, representando o padrão de TV digital DVB, como interessantes e muito semelhantes às oferecidas até agora pelos japoneses do ISDB. Com isso, o próprio ministro considerou que se a decisão for entre estes dois padrões, o critério técnico volta a ter uma força preponderante. E sob o aspecto técnico, Hélio Costa lembrou que estavam mantidas duas desvantagens do DVB em relação ao padrão japonês: a necessidade de utilizar outra faixa de freqüência (ou mais banda lateralmente) de forma a permitir a portabilidade, mobilidade e interatividade; e a não realização de testes em um mercado onde o espectro radioelétrico estivesse saturado, como é o caso da capital de São Paulo. Segundo Hélio Costa, o DVB realizou testes apenas em Brasília, cidade com características topográficas completamente diferentes da capital paulista. O ministro considerou ainda que a última chance para que o DVB demonstre sua viabilidade em uma situação ?problema? como a que se verifica em São Paulo, seria fazer os testes na Universidade Mackenzie ainda esta semana, antes da decisão do presidente da República.
As polêmicas
O diretor técnico do DVB, Peter MacAvock, questionou as duas colocações do ministro. Em primeiro lugar, em Taiwan, o DVB é utilizado exatamente da forma como o Brasil prentende utilizá-lo: com HDTV e standard, portabilidade, mobilidade, interatividade e tudo dentro da faixa de 6 MHz. Trata-se de uma operação comercial e não de testes.
Hélio Costa também criticou o fato de ser a Nokia a candidata a fabricar os set-tops para recepção da TV digital para quem tem televisores analógicos. Segundo o ministro, a Nokia não teria experiência nesse setor. O DVB esclarece que a Nokia fabricará, no Brasil, os handsets que terão capacidade de receber o sinal de televisão. Os set-tops serão fabricados pela Siemens, a princípio.