Presidentes terão mandato fixo de quatro anos

O governo anunciou nesta segunda, dia 12, o envio ao Congresso do projeto que busca a criação de mecanismos de gestão, organização e controle social das agências reguladoras. O projeto, concebido na Casa Civil mas sob orientação de um grupo interministerial, traz algumas novidades em relação ao texto que foi colocado em consulta pública. A principal delas é em relação ao mandato do presidente das agências.
O governo decidiu propor ao Congresso que o mandato do presidente seja fixo, de quatro anos. É o contrário da tese que se firmava por discursos e atitudes do próprio governo Lula, que dava indícios de que buscaria maior liberdade na nomeação do principal dirigente dos órgãos reguladores. Basta lembrar que no episódio da saída do ex-presidente da Anatel, Luiz Guilherme Schymura, o governo defendeu justamente a tese de que poderia tirá-lo dessa posição já que só o cargo de diretor ou conselheiro teria estabilidade. Schymura pediu exoneração de todas as funções.
Se aprovado como está pelo Congresso, o texto proposto pelo governo fará com que os presidentes tenham mandato fixo, defasado em quatro anos em relação ao mandato do presidente da República. Dessa forma, cada novo presidente teria a oportunidade de trocar, depois de dois anos de governo, o presidente das agências. Os mandatos dos demais conselheiros e diretores das agências também não serão coincidentes entre si.

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Contratos administrativos

Outro ponto que ainda estava obscuro no projeto diz respeito aos contratos de gestão. Segundo Bernard Appy, secretário executivo do ministério da Fazenda, e Luiz Alberto dos Santos, subchefe de coordenação da ação governamental da Casa Civil, o contrato terá função administrativa. Ou seja, é pelo contrato de gestão que as agências definirão orçamento e execução de suas atividades. Não será um documento que estabelecerá diretrizes políticas. "Os contratos de gestão não interferirão na atividade regulatória das agências, tais como tarifas. Apenas aspectos administrativos e algumas metas de fiscalização serão objeto desses contratos", declarou Appy. Com isso, o governo tenta afastar o risco de que os contratos sejam lidos como mecanismos de interferências políticas nas agências.

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