Vivo confirma estudos para construção de rede GSM

A Vivo Participações enviou nesta sexta-feira, 30, à CVM um fato relevante em que informa que suas operadoras que atendem 19 Estados e o Distrito Federal iniciarão estudos objetivando a evolução tecnológica para o padrão W-CDMA, por intermédio da construção de uma rede GSM/EDGE escalável a W-CDMA, a ser acrescida à sua atual rede CDMA, que continuará em pleno funcionamento e expansão. A companhia informa que o resultado do estudo será objeto de avaliação e deliberação pela diretoria e pelo conselho de administração.
O fato relevante vem logo após o anúncio do CEO da Portugal Telecom, Henrique Granadeiro, em Lisboa, nesta sexta, 30, de que a Vivo terá uma plataforma GSM ainda antes do Natal. As notícias fizeram as ações da operadora registrarem queda de 4,36% na Bovespa. Para Felipe Cunha, do Banco Brascan, em um primeiro momento, o desembolso adicional de Capex de 1,5 bilhão de euros em três anos terá um impacto de 20% no valor da Vivo. ?O Capex é alto e não existe uma contrapartida imediata em receita?, afirma Cunha. Mas o analista vê vantagens no médio e longo prazo que poderiam deixar a empresa mais competitiva, como maior capilaridade da rede para atender a todo no território nacional (hoje a operadora não está presente em Minas Gerais e Nordeste) e o atendimento do público low end com aparelhos mais baratos GSM. Outra vantagem seria a redução da vulnerabilidade de clonagem de celulares.
Alexandre Constantini, da corretora Bear Stearns, diz que aparentemente, o grupo controlador (Portugal Telecom e Telefónica), ultrapassando a diretoria da operadora, começou a cotar com fornecedores. Para ele, não faz sentido a Vivo, líder de mercado, com 30 milhões de usuários e investimentos pesados nos últimos seis anos, trocar agora. ?Isso seria uma volta ao passado, voltar para 2G enquanto a empresa já está em 2,5G e até 3G com o EVDO?, diz Constantini. Ele destaca que o mercado vive hoje um outro momento, que não é de ganho de market share, mas de manter os clientes de maior valor. Ele interpreta essa migração como uma má notícia para a empresa. ?Não faz sentido fazer esse investimento, não vejo como a conta pode fechar?, afirma.

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Para algumas fontes do mercado poderia até ser uma manobra do grupo controlador para derrubar o valor das ações, facilitando a recompra. Ou estaria ligado à oferta hostil da Sonae à PT, que também pode reduzir o preço de suas ações.
Para Constantini, só existem desvantagens. ?O Capex de uma operação de migração de rede como esta é muito alto. Nem mesmo pelo aumento da capilaridade não valeria a pena, porque a Anatel deve leiloar freqüências de 3G no segundo semestre. Não tem por que a Vivo ir para GSM agora?, completa.

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