Conteúdo local é chave para para enfrentar TV aberta

O motivo de a TV paga não crescer no Brasil não se explica apenas pela questão da falta de renda ou pelo seu preço, mas sim por conta do seu conteúdo. ?Os assinantes de TV paga passam 70% do seu tempo nos canais abertos. Quem quiser ganhar mercado neste setor tem de investir fortemente no conteúdo local independente e de qualidade para enfrentar essa situação?. Esta é a análise da PTS (Pay-TV Survey), feita pelo seu diretor, Otávio Jardanovski, durante palestra sobre o tamanho do mercado de TV paga no Brasil. A apresentação foi feita no Seminário IPTV – As novas oportunidades na distribuição de conteúdo, que terminou terça-feira, 28, em São Paulo. Jardanovski estima que o setor de TV paga crescerá cerca de 400 mil assinantes neste ano.
Para a PTS, se empresas de telecomunicações buscarem entrar nesse mercado, enfrentariam uma disputa com cerca de 10 grupos operadores já bem estabelecidos, com escassez de conteúdo diferenciado. O caminho seria investir em conteúdo nacional, que permitisse a disputa pelo mercado que ainda não é cliente da TV a cabo ou do DTH mas que teria condições financeiras para isso, mas que hoje opta pela TV aberta. Se isso for feito de forma eficiente, pode-se atingir 70% de penetração no segmento A/B da população.

A/B

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?A classe AB no Brasil cresce mais do que a penetração do serviço de TV por assinatura nessa faixa de público?, aponta Jardanoviski. De acordo com o diretor, enquanto este segmento da população cresce, o que muitas vezes acontece por conta de uma subdivisão dos domicílios (filhos que deixam a casa dos pais), diminui gradativamente a penetração da TV paga nesta classe econômica. Haveria no final de 2005 7,5 milhões de domicílios A/B no País, num total de aproximadamente 4,1 milhão de assinantes de TV. De acordo com a PTS, o crescimento estimado do setor em 2006 fica entre de 8% e 10%.
Otavio Jardanovski lançou mão de exemplos em outros países onde há uma relativa baixa penetração do setor de TV paga que nada tem a ver com insuficiência de renda da população. Na França (penetração de 30%) e Reino Unido (penetração de 39%), fenômenos parecidos acontecem, dada a forte presença de canais abertos locais como France 2 e BBC, respectivamente. Caso mais próximo da realidade brasileira seria o do México (penetração de 17%), onde a forte presença local da rede Televisa se compararia à força da TV Globo no Brasil. ?No México, a presença do Grupo Televisa na distribuição de TV paga se dá de forma ainda mais intensa?, diz o diretor da PTS. Para ele, nos Estados Unidos a situação modificou-se nos anos 90, pois até a década de 80 a TV aberta também era majoritária na audiência do cabo. Segundo Otávio Jardanovski, a curva de audiência inverteu-se em favor dos canais pagos quando passou-se a investir de forma maciça em conteúdo nos canais segmentados ? chegou-se em 2004 a US$ 15 bilhões gastos em conteúdo por parte do setor.

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