Renato Guerreiro, ao anunciar sua saída da Anatel, afirmou que considera positivo que daqui em diante a agência tenha em seus quadros cada vez mais profissionais do mercado, economistas e advogados que complementem o trabalho dos técnicos hoje existentes na Anatel. Para o seu lugar como presidente, Guerreiro manifestou o desejo de ver Antônio Carlos Valente indicado. Valente é hoje o vice-presidente da agência. Renato Guerreiro afirmou que não pretende seguir carreira política, não será candidato a nada e se dedicará, nos próximos quatro meses, à montagem de sua empresa de consultoria, a Teleconsult. Ele deixou claro também que os motivos que levaram à sua saída foram pessoais, em função da doença de sua esposa e problemas financeiros. "Em nome de um ideal eu estava sacrificando a minha família", disse. Guerreiro anunciou ao presidente Fernando Henrique Cardoso em novembro de 2001 que pretendia se desvincular da Anatel, mas só o faria depois de ver um substituto para a vaga de Francisco Perrone. Sua saída foi precipitada pelas questões de ordem pessoal e também por aconselhamento de sua esposa, para evitar que se especulasse que a decisão teria a ver com sua não-indicação para o Minicom. "Nunca quis e nem cogitei ser ministro", afirmou. Sobre seu relacionamento com Pimenta da Veiga, Guerreiro definiu como "formal", e agradeceu o apoio do ministro em momentos complicados, como a mudança do sistema de DDD. A respeito do momento delicado em que deixa a agência, Guerreiro afirmou que seria impossível, até 2005, encontrar algum período de tranqüilidade. "Temos muitos desafios pela frente. Não existe hora mais apropriada para uma decisão como essa". Guerreiro terminou sua despedida aplaudido pelos colegas da Anatel, pelos jornalistas e por sua esposa e filha, presentes à entrevista coletiva. Dia 1º de abril ele deixa o cargo.