No ano passado, os brasileiros compraram 45,48 milhões de celulares, o que representa uma queda de 4,9% sobre 2008, quando foram vendidos 47,83 milhões de aparelhos no país, de acordo com dados do Gartner. Apesar do fraco desempenho do setor, o ranking do mercado se manteve praticamente inalterado, segundo a consultoria, a não ser pela queda abrupta da Motorola, que perdeu duas posições no período de 12 meses.
A Nokia segue em primeiro lugar, com 32,6% do mercado brasileiro, com a venda de 14,84 milhões de celulares no ao passado. O número, contudo, representa uma queda em relação aos 34,3% de participação de mercado que a fabricante finlandesa detinha em 2008.
Com vendas 13,6% superiores, de 10,21 milhões de aparelhos, a sul-coreana LG desbancou a Motorola e assumiu o segundo posto no ranking, com market share de 22,5%. A Motorola também foi ultrapassa pela Samsung, que vendeu 10,21 milhões de aparelhos no ano passado, alta de 69,5% e representatividade de 18,5%. Com isso, terminou 2009 no quarto posto. A empresa obteve market share de 13,4%, contra 23,9% em 2008, com a venda de 6,08 milhões de celulares, um declínio de nada menos que 46,7%.
A Apple, com o iPhone, também registrou forte avanço no mercado nacional e fechou 2009 com 324 mil aparelhos vendidos, ante 22,9 mil em 2008. Essa diferença significativa é explicada pelo fato de que, em 2008, o iPhone teve um curto período de vendas, mais precisamente de três meses, já que o aparelho foi lançado no país no fim de setembro daquele ano. RIM e Apple terminaram o ano respondendo, respectivamente, por 2,3% e 0,7% das vendas totais de celulares no país.
Na opinião do analista sênior da Informa Telecoms & Media, Julio Püschel, a competição no mercado de celulares segue aumentando de forma acelerada e, devido a isso, empresas que buscam elevar sua fatia de mercado, como Samsung e LG, continuam destinando grandes somas de investimentos. Ao contrário, a hipótese para explicar a queda brusca da Motorola no Brasil é justamente a redução de custos, em razão da crise econômica mundial e dos desafios enfrentados pela empresa, o que pode ter afetado profundamente os investimentos em pesquisa e desenvolvimento na área de celulares, em detrimento a priorização para ouras divisões. A demora na renovação da sua linha de aparelhos, segundo analistas, é outro fator que pode ter contribuído para a queda no ranking.