Os demais acionistas italianos da Telco, que dividem o controle da empresa com a Telefónica, também se posicionaram nesta terça, 24, diante do acordo com a espanhola divulgado pela manhã. A Assicurazioni Generali, Intesa Sanpaolo e Mediobanca detalharam como a Telefónica irá progredir no quadro de acionistas e quais as obrigações que o governo italiano impõe sobre a negociação e o comando da empresa.
A partir desta data, a Telefónica vai incrementar o capital da Telco em 324 milhões de euros, a serem pagos em dinheiro. Para isso, a companhia vai emitir exclusivamente ações de classe C sem direitos de voto, que podem ser convertidas pela Telefónica em ações votantes de classe B. A Telco deverá usar esse montante para reembolsar imediatamente, no mesmo valor, a dívida que vence em novembro deste ano.
A dívida da Telco será inteiramente refinanciada igualitariamente pela Mediobanca e Intesa Sanpaolo para até no máximo 700 milhões de euros por meio de novos empréstimos nas condições de mercado. Dessa forma, após toda a injeção de capital da Telefónica, a composição da Telco fica definida dessa forma:
Acionista | Participação no capital | Participação de ações com direito de voto |
Generali Group | 19,32% | 30,6% representadas em ações de classe A |
Intesa Sanpaolo | 7,34% | 11,6% representadas em ações de classe A |
Mediobanca | 7,34% | 11,6% representadas em ações de classe A |
Telefónica | 66% | 46,2% representadas por ações de classe B |
Ao mesmo tempo em que aumenta o capital da empresa, a Telefónica vai comprar dos acionistas italianos uma porção de títulos de dívidas (bonds) da Telco, ficando assim com a cota de 70% de bonds. Os 30% restantes ficam distribuídos em: 17% para a Generali; 6,5% para a Intesa; e 6,5% para a Mediobanca.
Diretores indicados por italianos
Em uma segunda fase, um novo aumento de capital está previsto, com mais 117.227.532 euros por mais ações preferenciais para que a Telefónica alcance 70% do capital total da Telco. A partir do dia 1º de janeiro de 2014, de acordo com as aprovações regulatórias, a espanhola tem o direito de converter suas ações para adquirir direitos de voto. Assim, caso a participação da Telefónica exceda os 50% de ações votantes, o governo italiano exige que o board de diretores da Telco continue a ser composto por dez membros; sendo que os acionistas italianos devem apontar cinco dos diretores, enquanto a Telefónica indicaria os outros cinco. Além disso, o número de diretores da Telecom Italia, por acordo entre as partes, não deve ser inferior a 13, excluindo diretores apontados pela lista de acionistas minoritários. Desses 13 diretores, os acionistas italianos têm a possibilidade de indicar os primeiros dois nomes na lista, enquanto o restante será indicado igualitariamente pelos italianos e pelo grupo espanhol.
Ainda de acordo com o comunicado, cada acionista da Telco vai manter o direito de ter ações diretamente atribuídas da Telecom Italia, assim recuando em relação ao acordo de acionistas, no caso da cisão da Telco, que pode ser pedida durante a primeira janela de negociações entre 15 e 30 de junho de 2014, com a segunda janela entre 1º e 15 de fevereiro de 2015. Da mesma forma, essa cisão da Telco seria condicional a aprovações regulatórias e antitrustes.