Ao menos parte do mistério sobre as operadoras brasileiras que testavam com a Alcatel-Lucent a virtualização de funcionalidades de rede (NFV, na sigla em inglês) foi resolvida nessa segunda, 24, durante o Mobile World Congress 2014, que acontece essa semana em Barcelona. A Telefônica revelou hoje sua estratégia global de virtualização de redes, que recebeu o nome de Unica. A ideia é mudar o paradigma na forma de criar e gerenciar redes aplicando tecnologias de NFV em sua infraestrutura e nos equipamentos que as pessoas têm em suas residências. A virtualização consiste em técnicas que transferem para servidores de processamento remoto e compartilhados o controle de funções de redes de telecomunicações que precisariam ser processadas na própria rede por meio de equipamentos específicos, como o controle de tráfego, otimização e realocação de recursos, autenticação de usuários entre outros.
Na nova arquitetura, recursos até então físicos passam a ser armazenados na nuvem, com funções padronizadas e multiprovedor.
Participam da iniciativa a Alcatel-Lucent (ALU), com sua plataforma CloudBand NFV para identificar e desenvolver modelos de processos do que e quando será virtualizado, reduzindo gastos operacionais; e a Ericsson, com a criação de um programa de pesquisa e desenvolvimento (P&D) nas áreas de NFV e redes definidas por software (SDN). Também desenvolvem prova de conceito com a espanhola os fornecedores HP, Nokia Solutions and Networks, Broadsoft, Cisco, Intel e Juniper.
Como esperado, a Telefónica entende que o redesenho das redes será gradual e fluído, com implementação efetiva do projeto começando ainda em junho deste ano, mas com previsão de ter 30% das novas infraestruturas do grupo com gestão virtualizada em 2016.
A Unica vem em linha com a estratégia de transformar a Telefónica em uma "telco digital".
No Brasil, a Telefónica testa CPEs virtuais para simplificar os equipamentos na casa dos clientes, gerenciando os dispositivos conectados do usuário a partir da rede e a implementação efetiva poderá acontecer a partir do quarto trimestre.