Ministros vão ao Japão e à Coréia discutir fábricas

O ministro Hélio Costa anunciou nesta quinta-feira, 23, que, nas duas próximas semanas, ele próprio, o ministro Antônio Palocci (Fazenda) e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), irão ao Japão e à Coréia do Sul para garantir os entendimentos para a possível implantação de fábricas de semicondutores e televisores com telas de cristal líquido (LCD) no Brasil.
De acordo com o ministro das Comunicações, as características da comitiva revelam a importância que o governo brasileiro está dando ao assunto. Questionado sobre a possibilidade de já ter deixado o ministério quando ocorrer a viagem, o ministro afirmou que, nesta hipótese, iria para ajudar: ?Eu não perco esta viagem de forma alguma?, disse Costa. Os ministros pretendem ter encontros na Toshiba, Sony, Panasonic e Nec, no Japão, e com a Samsung na Coréia do Sul.

Chips e LCDs

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Em relação às possíveis fábricas de semicondutores, Hélio Costa afirmou que qualquer decisão sobre o assunto terá que passar pelo crivo de um estudo elaborado pelo BNDES já há algum tempo. O ministro explicou que existem diversos tipos de fábricas, desde as primárias, que elaboram todo o processo, e exigem investimentos de bilhões de dólares, até as fábricas de chips dedicados mais simples, que dependendo da variedade de produtos, exigem um investimento em torno de US$ 500 milhões. ?Estamos falando especificamente destas fábricas menores para o Brasil?. Em relação à proposta da STM, o ministro afirmou que se restringe à implantação de um design center como o que a Motorola já tem no Estado de São Paulo, o que ?não é exatamente uma novidade para o Brasil?.
A importância da transferência do processo de produção de telas de cristal líquido para o País, segundo Hélio Costa, é evidente: ?Em 2007, o valor dos televisores de LCD comercializados no Brasil será o mesmo dos televisores com cinescópio tradicional, mesmo considerando que o número destes ainda será muito maior. No momento, nós apenas montamos este tipo de televisor no País e não produzimos suas partes essenciais. Se quisermos avançar neste campo, é preciso estabelecer uma política clara para o assunto?, afirmou.

Decisão sobre o padrão é independente

Hélio Costa acentuou que a ida ao Japão e à Coréia não está relacionada com a decisão sobre o padrão base para a implantação do SBTVD. Trata-se apenas de uma questão de política industrial que surgiu durante a discussão sobre a TV digital: ?não podemos perder o ritmo do assunto e por isso vamos lá para aprofundar as discussões?, afirmou. Especificamente sobre a TV digital, Hélio Costa deixou claro que todos os elementos necessários para a decisão já foram apresentados ao presidente, e que na próxima terça ou quarta-feira pode ser anunciada a decisão.
O ministro considerou muito positivo o anúncio publicado nesta quinta pelos radiodifusores nos grandes jornais defendendo o ISDB japonês como padrão básico para o nosso sistema. ?O fato de estarmos indo ao Japão não significa que já se tomou a decisão pelo padrão japonês, até porque também estamos indo à Coréia, que adotou o modelo norte-americano. Uma coisa não tem nada a ver com a outra?, destacou Hélio Costa.
Não foi o que disse o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) na quarta, 22, segundo quem a política industrial é sim determinante na escolha do padrão.

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