Uma velha queixa da Algar Telecom voltou ao debate na noite desta segunda-feira, 21: a prática de roaming entre as empresas. "Não podemos porque não temos tráfego mútuo entre todas as empresas", afirmou o presidente da operadora, Luiz Alberto Garcia, em discurso na abertura da Futurecom 2013 no Rio de Janeiro.
Ele garante que as operadoras negligenciam o problema de compartilhamento, recusando-se a fazer roaming. "Eles preferem que o assinante não fale (ao celular) a entregar receita para outra empresa", declara. "Estamos muito ocupados olhando para nós e esquecemos que quem paga as nossas contas são os assinantes. Se eles tiverem o melhor serviço, ganharemos muito mais dinheiro; eles terão melhor sinal a ser captado."
A operadora de Uberlândia, antiga CTBC, tem atuação em serviço móvel pessoal limitada às cidades do interior paulista e mineiro e sofre com a necessidade de interconexão. Garcia afirma que a empresa é a única a oferecer roaming com todas as outras e pede para que a prática seja adotada pelas demais teles. "Podemos resolver através do SindiTelebrasil, mas se não fizermos dessa forma, seremos coibidos a fazer pelas autoridades", diz. "É melhor fazermos antes", avisa.
Luiz Garcia sugere ainda a criação de "empresas de rede", preparada e com especialização da prestação de serviço de infraestrutura. "Assim como temos geração, transporte e distribuição em energia elétrica, poderíamos ter o mesmo em telecom", explica, citando o problema de compartilhamento de postes como um dos desafios para o setor.
O presidente da Anatel, João Rezende, acredita que a figura de um operador de rede de telecomunicações possa ser viável, mas no futuro. "Acho que o futuro poderia ser a Anatel regular apenas o atacado, que é onde estão os maiores problemas que vemos hoje, e deixar o varejo andar sozinho", avalia.