Setor teve forte desaceleração em função da crise, diz Abinee

O setor de telecomunicações, assim como de maneira geral todo o setor eletroeletrônico, viveu dois momentos distintos no ano passado: o pré-crise, que vai até o terceiro trimestre, e o pós-crise compreendido pelos três últimos meses do ano. De acordo com dados divulgados nesta terça-feira, 17, pela Abinee o setor de telecom vinha registrando altos índices de crescimento. O primeiro trimestre cresceu 38% em relação ao mesmo período de 2007, o segundo 30%, o terceiro 33% e, no quarto, apenas 8%. No balanço anual a receita do setor ainda foi 23% maior que em 2007, chegando a R$ 21,54 bilhões.
Paulo Castelo Branco, diretor para o setor de telecom da Abinee, explica que o grande responsável pela diminuição do crescimento do setor foi a queda das vendas de telefones celulares e, consequentemente, da produção. Em 2008 foram produzidos 73 milhões de aparelhos, o que significa um aumento de 7% em relação a 2007. Para este ano, a expectativa da Abinee é de uma produção de 29% inferior, de 52 milhões de aparelhos.
As exportações de produtos de telecomunicações (composta basicamente pelo telefones celulares) caiu 13% no último trimestre do ano, frente a um aumento de 7% até o terceiro trimestre. Para 2009, a expectativa da Abinee para o setor é bastante pessimista. A associação prevê que a parte de infraestrutura cresça cerca 6% e a parte de celulares caia 20%. Na composição das duas áreas a Abinee espera uma diminuição de 9% das receitas de telecom.

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Castelo Branco reconhece que o dólar alto significa uma oportunidade para as empresas que fabricam aparelhos no Brasil exportarem seus produtos, mas diz que mesmo lá fora, "não há mercado consumidor". Outro problema para a indústria local é que os aparelhos produzidos no Brasil são low end, enquanto que a demanda que mais cresce está nos aparelhos mais sofisticados e nos modens USBs. "Agora que o Brasil tem terceira geração, acho que as empresas poderiam aproveitar essa oportunidade para exportar smartphones e modens USB", diz ele.
PCs
No ano passado, a indústria de eletroeletrônicos faturou R$ 123,09 bilhões, alta de 10% em relação a 2007. Os destaques ficaram por conta do setor de informática e de telecomunicações. A indústria de informática obteve faturamento de R$ 35,27 bilhões, aumento de 12%. As vendas de PCs fecharam o ano em 12 milhões de unidades, 20% superiores a 2007. Do total, 4,3 milhões se referem a notebooks (crescimento de 125%), enquanto as vendas de desktops caíram 5%, ficando em 7,7 milhões de unidades.
A crise internacional fez a Abinee rever para baixo o crescimento do setor eletroeletrônico para este ano, o qual deve ficar na casa dos 4%, com faturamento de cerca de R$ 128,56 bilhões, ante a estimativa feita em dezembro de incremento de 7%.

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