Operadoras trabalham para desenvolver modelos de acesso patrocinado

Algumas operadoras móveis brasileiras estão discutindo um modelo unificado, ou pelo menos com parâmetros comuns, para que as empresas de telefonia possam oferecer a modalidade de tráfego de dados patrocinado. Seria uma espécie de modelo de 0800 para a Internet móvel, em que o usuário não paga nada, e o tráfego é bancado por alguma empresa, que teria um interesse específico no acesso. Pode ser para finalidade de marketing, para gerar tráfego para determinados conteúdos ou para serviços, como atendimento ao cliente ou aplicações corporativas. A iniciativa deu seus primeiros passos há cerca de dois anos, quando o governo propôs um modelo de internet 0800 para serviços públicos, mas ganhou força recentemente com algumas iniciativas similares, notadamente a da AT&T, nos EUA, que no começo do ano passou a colocar essa opção ao mercado.

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No Brasil, algumas operadoras praticam esse modelo para acesso a redes sociais, cujo acesso é gratuito para o usuário. Mas o entendimento das teles é que esse tipo de inciativa fica mais simples se oferecer parâmetros comuns. Além disso, é interessante que o modelo permita a integração entre as redes, billing comum e outras formas de tornar os serviços patrocinados interoperáveis, independente da rede. Para as operadoras móveis, esse tipo de modelo representa uma oportunidade de negócio. Mas há um risco: dependendo da redação dada no Marco Civil de Internet, esse tipo de modelagem fica inviável.

Fontes explicam que o governo também acompanha as negociações para tentar viabilizar o modelo de acesso grátis a serviços públicos, aplicativos nacionais etc. O modelo sinaliza que poderia isentar esse tipo de acordo comercial de PIS e Cofins em troca de gratuidade aos seus serviços, mas as operadoras preferem desenvolver um modelo comercial antes para depois conversar com o governo, com medo de que haja uma imposição regulatória.

Vodafone e Facebook

Esta semana, o presidente da Vodafone, Vittorio Colao, disse em entrevista ao jornal Finantial Times que existe uma pressão do Facebook e outros grandes geradores de conteúdo por um acesso preferencial às redes de telecomunicações, especialmente a isenção do tráfego, sobretudo em mercados emergentes, como forma de disseminar o uso da banda larga móvel e das redes sociais nesses mercados. Segundo a reportagem, Colao teria dito aos executivos do Facebook que o pleito não faz sentido, já que as operadoras só podem, justamente, ser remuneradas pelo tráfego.

Na mesma entrevista Colao disse que a Vodafone estaria interessada em investir até US$ 40 bilhões em novas oportunidades de negócio, o que inclui redes fixas na Europa, mercado corporativo e operações móveis em mercados emergentes.

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