Lula manifesta publicamente apoio à Ancinav

Apesar de já haver se manifestado em diversas ocasiões sobre o assunto, mas sempre em reuniões fechadas, o presidente Lula, pela primeira vez, declarou publicamente seu interesse direto na aprovação do projeto que cria a Agência Nacional de Cinema e Audiovisual, a Ancinav. Em um improviso feito durante discurso na cerimônia de concessão do Mérito Cultural 2004, no Palácio do Planalto, nesta terça, 9, Lula afirmou que não é fácil fazer mudanças em profundidade no País.
O presidente lembrou que o governo não quer fazer uma lei para tirar nada de ninguém. ?O que nós queremos é garantir direitos a outros que não têm direitos; o que nós queremos é aumentar o número de pessoas que possam ter direitos neste País; queremos aumentar o número de pessoas que possam participar da atividade cultural no nosso País. E, mesmo assim, nós enfrentamos uma adversidade muito grande, porque estamos mexendo com hábitos, estamos mexendo com pseudodireitos, estamos mexendo com costumes, e tudo isso é sempre muito complicado.?
Dirigindo-se aos presentes na cerimônia de concessão do Mérito Cultural, o presidente afirmou ainda que a aprovação do projeto da Ancinav exigirá dos que "fazem parte da cultura viva deste País, dedicação, capacidade de persuasão, um trabalho imenso nesse debate, para que a gente possa, definitivamente, provar ao Brasil que muitas vezes as mudanças, por mais complicadas que pareçam, precisam acontecer?.

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Ao final, o presidente disse acreditar que ?a turma do Ministério da Cultura, estes companheiros, certamente, vão conseguir convencer a maioria da sociedade, parte dos opositores ao projeto e o Congresso Nacional de que é importante que o Brasil tenha um novo projeto de cultura para o nosso País?.
Ao exemplificar as dificuldades, Lula resumiu a situação da seguinte maneira: ?Quando se apresenta uma proposta, por melhor que seja, que tente mudar alguma coisa, ela começa a mexer com hábitos, com costumes, com pessoas que acham que aquilo é um direito adquirido?. Ele lembrou, por exemplo, que Pelé, um dos homenageados na cerimônia, quando foi ministro do esporte, teve grandes dificuldades em promover mudanças no esporte brasileiro. ?Todo mundo pensava: ?Como o Pelé é o rei do futebol, vai chegar ao governo e fazer um projeto de lei; o projeto de lei vai se chamar Lei Pelé e isso, no Congresso, vai ser aprovado com uma rapidez imensa, vai ser executado e estará resolvido o problema do futebol brasileiro?. Mas, não foi isso que aconteceu, na avaliação do presidente Lula.

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