Ultraviolet expande atuação global, mas sem perspectiva para países emergentes

O padrão de compra e armazenamentoo de vídeos digitais Ultraviolet expandirá sua atuação na Europa em 2012 e 2013, mas ainda não há perspectivas de sua entrada em países emergentes como Índia e Brasil. O sistema foi tema de um painel na manhã desta terça, 9, no Mipcom, em Cannes.

Notícias relacionadas
O sistema foi lançado em outubro de 2011 nos EUA e em dezembro do mesmo ano na Inglaterra. No próximo trimestre chega ao Canadá e em 2013 será oferecido na Austrália, Nova Zelândia, Irlanda, Alemanha e França. Segundo Michael Comish, da rede varejista Tesco, não há planos ainda para a entrada nos países emergentes por conta da pouca estrutura de banda larga, especialmente a penetração de acessos acima de 5 Mbps.

O Ultraviolet é um padrão adotado pela maioria dos grandes estúdios de Hollywood para o armazenamento de filmes na nuvem. É a resposta das majors ao desejo dos usuários de terem seus filmes disponíveis em qualquer dispositivo, mantendo o modelo de aquisição e posse do conteúdo.

No modelo Ultraviolet, o usuário compra um DVD, Blu-ray ou faz o download de um filme ou série de TV, e este conteúdo fica vinculado à sua conta. Ele pode então cadastrar até 12 dispositivos para acessar seu conteúdo, como iPads, smartphones, TVs conectadas, consoles de games etc. Pode também compartilhar os conteúdos com até cinco pessoas. Nos EUA, algumas lojas como o Wal-Mart têm ainda um serviço no qual o usuário leva seus DVDs antigos e eles são carregados para a “nuvem” e acrescentados à conta Ultraviolet do cliente.

“A possibilidade do usuário ser dono, colecionar seus filmes, é fundamental para a saúde da indústria”, disse Jessica Schell, VP executiva de novas mídias da Universal, primeiro estúdio a adotar o padrão. Segundo ela, há hoje nos EUA 400 milhões de dispositivos conectados com capacidade para reproduzir os arquivos Ultraviolet, em streaming ou download.

Fazem parte ainda do consóricio empresas como Fox, Warner, Sony, Paramount e Dreamworks, entre outras. Há hoje cerca de 7,2 mil títulos disponíveis compatíveis com o padrão. Segundo Jim Underwood, VP executivo de mídias digitais da Sony, o serviço conquistou 5 milhões de usuários nos EUA no primeiro ano de funcionamento.

Embora adotado por parte importante da indústria, o padrão ainda está fora dos planos de gigantes como Apple e Disney. Os filmes comprados no iTunes, por exemplo, não podem ser transferidos para a plataforma Ultraviolet. “Mas o Ultraviolet tem apps para iPhone e iPad, então o usuário Apple faz parte do ecosistema”, relativiza Jessica Schell.

Além de ser um recurso contra a pirataria e os serviços de streaming, o Ultraviolet também é visto por alguns estúdios como parte de uma estratégia de lançamento. A Fox, por exemplo, lançou nos EUA o filme “Prometheus” na plataforma digital quatro semanas antes do lançamento do DVD físico. “Estamos incentivando o uso dando ao consumidor algo a mais, uma janela antecipada”, disse Frank Bryant, VP senior da área de entretenimento digital internacional da Fox.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!