Logo após a privatização da Telebrás, quando o Opportunity criou a Newtel e assumiu o controle da Telemig e da Amazônia Celular, iniciando a guerra com a TIW que durou até o mês passado, a Anatel aprovou a operação em 72 horas (segundo auditoria da Previ), considerando que ali não havia transferência de controle. Já a análise do processo em que o Opportunity comprou, via a empresa Highlake International Business, a parte da TIW na Telpart (holding por onde a Newtel controla as duas celulares) está bem mais lenta, e segundo apurou este noticiário, não deve sair tão cedo. As primeiras leituras da Anatel quando o processo de saída da TIW foi aberto apontavam para uma tramitação rápida, já que não haveria mudança de controle. Esta tramitação rápida não está acontecendo, e há duas variáveis que podem complicar muito a análise da agência: 1) o Opportunity Fund, que é um dos controladores da Highlake, não era anteriormente acionista da Telemig Celular e da Amazônia Celular, nem direta, nem indiretamente, ao contrário do que diz o fato relevante divulgado pelo grupo do empresário Daniel Dantas por ocasião da saída da TIW em 26 de março passado; 2) este fundo está sendo investigado pela CVM pela suspeita de ter pessoas residentes no Brasil como cotistas, o que pode levá-lo a ser punido.
Vale ressaltar que o Opportunity diz, em seus documentos oficiais, que o CVC Opportunity L.P. (também acionista da Brasil Telecom e da Telemig e Amazônia Celular) é investidor da Highlake, ao lado do Opportunity Fund. Já a TIW faz referência, tanto no fato relevante de 26 de março quanto em seu balanço referente ao primeiro trimestre de 2003, apenas ao Opportunity Fund. A venda, que representou para a TIW o ingresso de US$ 70 milhões, já está registrada nas entradas de caixa do balanço do primeiro trimestre.
Telemig e Amazônia Celular