TIM pretende ter anéis ópticos em todas as capitais

O italiano Luca Luciani, que dede o começo do ano assumiu a presidência da TIM Brasil, tem a difícil tarefa de colocar em dia as contas da operadora. Um dos principais buracos por onde escorre a receita da TIM é o aluguel de redes de terceiros que soma cerca de R$ 4 bilhões por ano. Luciani diz que a compra da Intelig ainda não está fechada, mas que a TIM pretende construir anéis de fibra-óptica em todas as capitais onde a Intelig não tiver rede. Há duas semanas a TIM anunciou o investimento de R$ 2,3 bilhões para este ano, dos quais 60% serão em rede. Os outros 40% seriam divididos entre a aquisição de aparelhos (20%) e de sistemas de TI (20%). A TIM já construiu um anel óptico entre o Rio de Janeiro e São Paulo que será inaugurado em breve. "A TIM não tem uma infraestrutura de dados eficiente. Acreditamos que a combinação do serviço móvel com a fibra-óptica no transporte seja ideal para o nosso negócio", diz o executivo.
O ano de 2008 foi marcado pela disciplina financeira e pelo corte de custos. Para 2009 a empresa pretende retomar o crescimento, principalmente com a recuperação dos clientes de alto valor que se desligaram no ano passado, mas sem perder a rentabilidade. A meta da companhia é terminar o ano com uma receita de R$ 14 bilhões e margem Ebtida de 22%. A receita líquida foi de R$ 13 bilhões no ano passado e R$ 12 bilhões em 2007. Já a margem no ano passado ficou em 22,2%. "Prioridade agora é recuperar o market share no segmento de alta renda", diz Luciani. Mesmo perdendo a segunda posição em market share para a Claro, a TIM pretende se manter em segundo lugar no critério de revenue share, de acordo com Luciani.
A compra da Intelig, além de reforçar a rede de transporte da TIM, vai dar um impulso no mercado corporativo. "Alguns clientes corporativos tem receio em confiar em uma empresa puramente móvel. Isso pode mudar com a compra da Intelig", diz Luciani.

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De acordo com Rogério Takayanagi, diretor de marketing da TIM, o novo portfólio de serviços – anunciado há duas semanas em teleconferência para comentar o balanço do último trimestre do ano passado – começou com a banda larga pré-paga também anunciada na mesma ocasião e vai se intensificar a partir de abril. Segundo o executivo, a TIM terá um novo serviço a cada mês, sendo que a partir do segundo semestre surgem as ofertas convergentes, combinando telefonia móvel, fixa e internet.
Campanha
A partir da próxima terça-feira dia 10, estréia a nova campanha de mídia da TIM, composta por três vídeos para a TV e também peças para jornais e revistas. A campanha, preparada pela agência Neogama/BBH, altera o slogan da companhia de "Viver sem fronteiras" para "Você, sem fronteiras". O objetivo da campanha é que a marca TIM volte a ser a primeira resposta na cabeça dos consumidores, conceito conhecido como topo of mind. "O celular não é mais um pedaço de eletrônica e sim um pedaço da sua vida. Essa mudança comportamental é a base da nossa estratégia. Não vamos falar de tecnologia e sim de pessoas", diz ele.
Dentro dessa estratégia de se aproximar das pessoas, Takayanagi criticou a postura de algumas empresas – sem citá-las nominalmente – que ficaram se provocando através da mídia. O executivo se referiu à Oi e Claro, que durante o ano passado trocaram farpas sobre desbloqueio e portabilidade. Para Takayanagi essa "briga na mídia" criou uma relação "absolutamente mercantilista entre operadora e cliente". "O cliente pensa. 'Eu vou para quem me dá mais desconto'. Ele não tem nenhuma relação com a marca. É isso que nós queremos mudar", afirma.

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