Aplicando o regimento interno da casa, a mesa da Câmara dos Deputados se decidiu pela instalação de uma Comissão Especial para apreciar a Lei Geral de Telecomunicações (quando um projeto precisa passar por mais de três comissões técnicas, ele deve ser apreciado por uma Comissão Especial). Desse modo, o projeto não vai passar, pelo que foi decidido, pela Comissão de Comunicação da Câmara. O deputado Ney Lopes, presidente da Comissão de Comunicação, reclama, já que, pela providência tomada, sua comissão fica desprestigiada.
Desabafo do deputado Ney Lopes: "O PFL está parecendo um mosteiro beneditino. Quem pensa diferente é logo colocado de lado. Estou muito chateado com tudo isso. Já sei que vão me colocar na geladeira, como fazem com todos os que protestam. Minha intenção é apenas defender a comissão que eu presido, que, afinal de contas, tem 50 deputados da mais alta qualidade. Lá, nós poderíamos discutir o projeto rapidamente, e quando o governo achasse necessário, pedia urgência, como fez no caso da banda B. Então o projeto iria para plenário. Nossa comissão tem responsabilidade e gostaria de contribuir para o projeto. Vamos ficar de fora. Isso aqui está muito difícil, quatro ou cinco deputados decidem tudo. O PFL e o líder do meu partido, deputado Inocêncio de Oliveira, sabotaram o meu trabalho".
Houve atraso de mais de uma semana na criação da Comissão Especial atrasou, pelo menos por mais uma semana. A presidência da casa e a liderança do PFL, em articulação com a liderança do PMDB, continuam aguardando a indicação dos deputados do PPB (a única formalidade que falta) para fazer em plenário a leitura do ato. Por duas vezes, na terça e na quarta-feira, as lideranças partidárias chegaram a ser avisadas da instalação da comissão. Dois cancelamentos. Será que a "bronca" do deputado Ney Lopes surtiu efeito?