A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) aproveitou a divulgação dos resultados dos testes de convivência entre a TV digital e o LTE na faixa de 700 MHz encomendados à PUC-RJ para pedir que o governo não priorize a arrecadação com a licitação das novas frequências para o 4G, mas, sim, o investimento das operadoras em redes e qualidade. "A Abinee reforça o apoio ao leilão de 700 MHz e a que ele realmente aconteça de acordo com o cronograma previsto pela Anatel em agosto, como oportunidade para investimentos em infraestrutura de redes e melhoria da qualidade", disse o diretor do grupo setorial de telecomunicações da associação, Luciano Cardin."Nosso posicionamento é de que o leilão não deve priorizar a arrecadação porque compete com os investimentos que as operadoras serão capazes de fazer. Quanto mais o governo arrecadar, menos vai sobrar para as operadoras investirem em qualidade", completou.
O diretor sênior de relações governamentais da Qualcomm, Francisco Giacomini Soares, fez coro: "Já temos uma cobertura de conectividade significativa no Brasil e o que vemos é que é preciso focar mais na qualidade e a ideia é que o leilão focasse em obrigações de qualidade, baixando os preços (da faixa)".
O diretor de relações governamentais da Nokia para a América Latina, Eduardo Nascimento Lima, por sua vez, alegou surpresa com a pressão da área econômica do governo para que o leilão tivesse um viés arrecadatório. "Mas o modelo não está definido no edital, há pleito de todas as áreas e nós, como indústria, estamos reforçando esse pleito com foco em investimentos em rede e qualidade, para que (o País) tenha resultados melhores que a arrecadação no médio e longo prazos.
Ainda com base nos testes de interferência, a Abinee defende que sejam disponibilizados o total de 45 MHz + 45 MHz para a banda larga móvel, o que inclui os 40 MHz + 40 MHz a serem licitados e os 5 MH + 5 MHz destinados à segurança pública. "Não acreditamos que seja necessária banda de guarda adicional. Consegue-se a coexistência (entre TV e LTE) sem necessidade de aumentar a banda de guarda (de 5 MHz) e comer parte do espectro da banda larga móvel", pontua Soares, da Qualcomm.