José Guimarães Palácio Neto, diretor de assuntos jurídicos do Sinttel-DF (Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações do Distrito Federal) e filiado ao PDT, será o novo secretário executivo do Ministério das Comunicações. Palácio era o primeiro suplente do senador não-reeleito Lauro Campos (PDT/DF) na campanha de 2002. Nesta quinta, dia 2, Miro Teixeira assumiu o cargo de ministro e indicou o sindicalista. Palácio atuou também como diretor da Fittel (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações) durante o período de privatização do Sistema Telebrás. A postura da Fittel era frontalmente contrária à privatização e Palácio era o responsável pela estratégia jurídica da federação nas tentativas de suspensão dos leilões. Existe ainda a possibilidade de o Sinttel-DF indicar a Miro Teixeira o nome do novo secretário de serviços de telecomunicações (cargo a ser criado no Minicom), e o nome mais cotado para a posição é o de Brígido Ramos, que colaborou na equipe de transição do PT.
Também começam as negociações para a indicação de um secretário de radiodifusão. O Fórum para a Democratização das Comunicações deverá sugerir nomes. Mas Miro Teixeira tem deixado claro que não pretende criar polêmica com o setor de radiodifusão (evita comentar sobre possíveis irregularidades no processo de licitação de rádios e TVs e não dá declarações claras sobre ó projeto de Lei de Comunicação Social), o que pode ter implicações na escolha do nome. Nesse sentido, pode ser então que Miro Teixeira, mais uma vez, acate a sugestão da Fittel. A federação dos trabalhadores em telecomunicações recomendou ao novo ministro o acadêmico Marcos Dantas para o cargo.
Fica claro, pelas indicações à secretaria executiva e provavelmente à secretaria de telecomunicações, que existe uma grande chance de Minicom e Anatel enfrentarem situações de atrito, já que a Fittel e o Sinttel sempre se colocaram em uma posição crítica em relação ao trabalho da agência. Some-se a isso as conseqüências de uma política de fortalecimento do Minicom (já prometida por Miro Teixeira) na elaboração de políticas de telecomunicações.
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