Desenvolvedores brasileiros adotam metodologia "scrum" para projetos móveis

Desenvolvedores móveis brasileiros estão começando a adotar uma nova metodologia de trabalho para a execução de projetos chamada "Scrum". Inventada por professores de TI norte-americanos alguns anos atrás, seu objetivo é integrar o cliente ao dia-a-dia do processo de desenvolvimento do projeto, o que acelera a sua conclusão e diminui os custos. A carioca Abacomm começou a experimentar em meados do ano passado a metodologia, que agora se tornou padrão na empresa. Um recente projeto feito para a concessionária Porto Novo, que cuida da revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro, foi feito com "scrum". Outras empresas de mobilidade que adotaram a metodologia são a MJV e a Pinuts Studios.
Segundo Ulisses Campos, diretor geral da Abacomm, uma pesquisa do começo da década realizada nos EUA mostrou que mais da metade dos projetos de TI realizados por grandes corporações não era concluída dentro do prazo e estourava o orçamento original. Além disso, uma quantidade significativa das ferramentas solicitadas pelos clientes na verdade eram desnecessárias e acabavam sendo raramente ou mesmo nunca utilizadas, o que encarecia e retardava os projetos. Um dos objetivos do "scrum" é reduzir o escopo de pedidos de um projeto, de forma acelerar sua execução. Isso é feito aumentando a interação entre o cliente e os desenvolvedores. Em vez de descrever o que precisa em uma simples reunião e dar um prazo para receber uma primeira versão do software, para depois pedir melhorias e ajustes, o cliente acompanha diariamente a evolução da produção. O trabalho é dividido em ciclos, geralmente de uma ou duas semanas, durante os quais uma equipe atua exclusivamente naquele projeto. Reuniões diárias de quinze minutos são feitas com o cliente para explicar o avanço da produção e sanar dúvidas. "Se o projeto for grande, pode ser dividido em mais de um ciclo", explica Campos. "A satisfação dos nossos clientes aumentou muito com 'scrum'", relata André Carvalho, diretor de projetos da Pinuts Studios.
Os dois executivos reconhecem que é desafiador vender o "scrum" para empresas tradicionais, mas pouco a pouco a metodologia começa a ficar mais conhecida e aceita no mercado. "Às vezes, reduzir o projeto e focar nas prioridades é mais benéfico do que atrasar o lançamento", explica Carvalho, da Pinuts.

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"Agora estamos amadurecendo o uso de 'scrum' do ponto de vista comercial", comenta Campos, referindo-se ao fato de a Abacomm cobrar sempre o mesmo preço por ciclo. Atualmente a Abacomm executa em média oito cliclos "scrum" por trimestre.

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