Comunidade corre para entregar proposta para transferência de tutela de funções da IANA

O processo de transição das funções da Internet Assigned Numbers Authority (IANA) na gestão da Internet ainda parece permeado de discussões infindáveis e já aponta para dificuldades de superar as várias etapas e  cumprir o novo prazo de ser finalizado até setembro de 2016. "Mas mesmo isso não está 100% certo", declara o conselheiro da ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers), Steve Crocker, que participa esta semana do IGF 2015, em João Pessoa. A entidade colocará uma nova consulta pública para a proposta no próximo dia 15 de novembro, com duração de 35 dias. E em dezembro, um sumário será distribuído, com prazo final para a análise final ao final de dezembro.

"Espero que no meio de janeiro a gente tenha o documento final entregado ao conselho da ICANN", declara outro representante da ICANN, Olivier Crepin-Leblond. "Até 22 de janeiro, o documento deverá ser repassado à NTIA (entidade do departamento de comércio dos Estados Unidos)." Uma vez lá, é submetido à revisão, que pode levar entre 60 e 90 dias. Depois disso, é preciso ser assinado com revisão no Congresso. Se passar depois dessa etapa, há de se finalizar a implantação do procedimento de transição em si. "Isso deve acontecer provavelmente durante algum momento de 2016", diz Crepin-Leblond.

Mesmo assim, há otimismo dentro da ICANN, que é contratada para exercer as funções da IANA. "Não há problema, é apenas um caso da responsabilidade do grupo de trabalho transcomunidade (CCWG) já fez seu trabalho, mas ainda tem mais para fazer. Em vez de ir muito rápido e deixar de fora alguns aspectos, a proposta precisa estar finalizada e pronta, então isso leva tempo", justifica Leblond

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"Acho que há alguns desafios ainda a serem superados, mas são pontos persistentes que ainda precisamos lidar nas próximas semanas. Acho que estamos muito no caminho certo para entregar uma proposta que atenda ao critério da NTIA e que mostre que o processo multissetorial e de baixo para cima é maduro e pode entregar algo que seria aceitável", diz o representante da Verisign (uma das contratadas da NTIA), Keith Drasick.

Diversidade

O advogado do observatório de pesquisas de Nova Deli, Arun Sukumar, reclama que o processo não envolve tantos países em desenvolvimento. Ele argumenta que a maior parte das discussões é feita através de uma lista de e-mails com 239 indivíduos. Dos que contribuíram mais de 20 vezes na lista, sobram 98 – e 40% são dos Estados Unidos. "Apenas cinco são do grupo da América Latina e Caribe, isso é um fato de estremecer", diz ele. Ainda segundo o estudo dele, dos 98 mais ativos, 21 são mulheres – e apenas uma latina.

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