Na divulgação dos resultados semestrais da Associação Brasileira da Indústria de Elétrica e Eletrônica (Abinee), nesta segunda-feira, 28, o setor de telecomunicações não teve muito o que comemorar. Enquanto a indústria eletroeletrônica, como um todo, cresceu 18% em relação a igual semestre do ano passado, a área de telecomunicações encerrou o mesmo período com retração de 3%. E a projeção é que a vertical encerre 2010 com receita de R$ 18,7 bilhões, resultado somente 2% maior que o de 2009 e bem inferior aos R$ 21,5 bilhões de 2008.
Segundo Aluizio Byrro, diretor da Abinee, o desempenho do setor está relacionado à queda dos aportes das operadoras, que em 2009 foram de R$ 17 bilhões e no primeiro semestre de 2010 foram de apenas R$ 5 bilhões. "As teles investiram cerca de um terço em relação ao ano passado", disse. Além disso, ele acredita que do Capex total de uma operadora nem tudo vai para telecom, cerca de 1/3 é destinado à data centers, construção civil etc.
O diretor de telecom da Abinee, Paulo Castelo Branco, mostra otimismo e acredita que o setor pode melhorar no segundo semestre. "Estamos vivendo um processo de mudança societária das teles. É normal essa estagnação", diz ele, que destaca a nova destinação do uso da faixa de 2,5 GHz e o leilão de 3,5 GHz como potenciais geradores de negócio para a área de telecomunicações.
Para este ano, a Abinee prevê produção de 62 milhões de celulares no Brasil, 48 milhões para o mercado brasileiro e 14 milhões para exportação (7 milhões de aparelhos importados).