Serviços em nuvem são uma tendência inexorável, prometendo simplicidade e conveniência para os usuários finais, mas a forma de se construir as arquiteturas dessas nuvens aparentemente ainda está longe de ser única. Até então, a abordagem que se ouvia falar na indústria era de uma arquitetura centralizada, concentrando no centro da rede toda a inteligência para gerenciamento dos conteúdos e serviços em nuvem, bem como dos dispositivos que a ela tenham acesso, além do armazenamento em um data center também central. Agora, a Alcatel-Lucent (ALU) propõe um conceito oposto, de arquitetura distribuída, muito similar ao conceito de content delivery networks (CDNs), instalando data centers por toda a rede, mais perto dos usuários finais.
“Ao colocar os data centers na ponta da rede, as operadoras têm ganhos de distribuição, gerenciamento de banda e redução de latência, o que é muito importante quando se pensa em aplicações que exigem alta perfomance, como jogos online ou aplicações corporativas”, explica o vice-presidente de cloud solutions da ALU, Dor Skuler.
Skuler estima que serviços em nuvem podem reduzir em até 70% o tempo de desenvolvimento e entrega de novos serviços no mercado. “Até 2014, 80% de todos os softwares estarão disponíveis como serviços em nuvem e 90% das organizações suportarão aplicações móveis”, diz.
A estratégia é composta por dois produtos: o CloudBand, que é a plataforma que gerencia os serviços e conteúdos em nuvem e os elementos de rede; e os CloudNodes, que funcionam como mini data centers, um hack com storage, servidores, sistema de gerenciamento e softwares para serem instalados em qualquer ponto da rede. “Chamamos de ‘cloud in a box’, uma solução automatizada, pronta para ser usada em qualquer ponto da rede. Basta plugar na energia e na rede e começar a usar”, garante Skuler.
A primeira operadora a testar o serviço é uma carrier que oferece serviços ao mercado corporativo no Texas e no México, chamada Transtelco, mas as conversas com outras operadoras estão avançadas, revela o executivo. Há conversas também com operadoras na América Latina, mas nenhum teste em andamento.