Mercado em consolidação é desafio para Ícaro Technologies

Com as incertezas em relação a possíveis movimentos de consolidação em todo o mundo em 2015, a Ícaro Technologies está olhando com maior atenção para oportunidades internacionais, em especial nos Estados Unidos. A empresa, desenvolvedora e integradora de soluções de análise e gerência de serviços, redes, sistemas, infraestrutura e segurança, entre outros serviços, tem escritórios em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro e Curitiba, e quer investir mais no mercado norte-americano com sua plataforma de análise de big data com função preditiva e algoritmos prontos já especializados em operações de telecomunicações.

"A gente aumentou a prospecção nos EUA para conseguir clientes e, embora ainda não tenha tido resultado, é a expectativa para 2015", afirma o diretor da unidade de gerenciamento de infraestrutura da Ícaro, Fernando Campilho. Essa ferramenta, chamada de Dash Analytics, conta com maior apelo entre os provedores de Internet (ISPs) nos EUA, mesmo com a tendência de consolidação forte também por lá, com as propostas de fusão entre DirecTV (controladora da Sky no Brasil) e AT&T e entre Comcast e Time Warner Cable (TWC). "Acho que é um cenário parecido com o brasileiro, toda vez a gente corre risco de perder cliente, porque dois viram um, mas também podemos ganhar vantagem ao entrar em uma grande", disse. "O produto de analytics tem espaço para entrar em operadora grande, e a gente consegue através da parceira IBM, que tem a porta aberta com a AT&T e a TWC – complementamos a oferta de big data deles e rodamos o software por cima do hardware deles."

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Segundo Campilho, o produto tem recebido maior aceitação no mercado norte-americano. "Como é uma tecnologia mais nova, tem menos empresas que fazem e, como já tem tudo pronto (os algoritmos), chamou mais atenção", declara. A estratégia é focar então no marketing, em vez de relacionamento de vendas porta a porta.

Essa ferramenta já está sendo implantada em dois grandes projetos, um no Brasil e outro no exterior. Ela identifica de forma automática padrões que seriam quase impossíveis de serem detectados por análises humanas, recuperando inclusive históricos de anos anteriores. "A gente se conecta a dados de operação, então falhas de rede, performance de rede, tickets para campo, que disparam técnicos que vão fazer melhorias; a gente importa tudo isso ao hardware IBM de alta capacidade, rodamos o software com os parâmetros já prontos para encontrar padrões que um ser humano não encontra", explica. "A ideia é trazer dados de dois ou três anos para gerar insight dizendo para investigar melhor isso porque aqui tem a possibilidade de melhorar a disponibilidade da rede". O produto já conta com 20 análises genéricas prontas, mas ainda em constante evolução.

Cenário brasileiro

Para o executivo, a movimentação brasileira não necessariamente traz benefícios. A Ícaro é fornecedora tanto para a Telefônica/Vivo como para a GVT, mas a incorporação desta poderá acabar trazendo menor retorno para a companhia. "Já trabalhamos há oito anos com a GVT, é o nosso principal cliente", lembra Campilho. "Acreditamos que vamos perder algum tipo de projeto ou receita na GVT, vai acabar sendo cancelado, então hoje estamos com uma perspectiva mais negativa", declara. Na opinião dele, o processo de integração de sistemas operacionais deverá começar a ser implantado na metade de 2015.

É um caso diferente do que a empresa tem com a América Móvil, já que fornece soluções para Claro, Embratel e Net. "O grupo conhece o nosso trabalho, para nós não foi tão ruim a junção porque não perdemos espaço, pelo contrário, continuamos nos mantendo nas três", conclui.

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