Hoje, o serviço de voz ainda representa 75% das receitas das operadoras, mas todas as discussões do Mobile World Congress se deram em cima do que fazer para melhorar os outros 25%, que representam o potencial das redes de dados e serviços de valor adicionado. Mas houve pelo menos uma pequena novidade no mundo da voz: parece que há disposição dos fabricantes de handsets e dos principais fabricantes de equipamentos de infraestrutura em promover o uso da tecnologia AMR (Adaptive Multi-Rate), que permite uma otimização da compressão da voz em redes digitais e dá mais qualidade de áudio às chamadas. Tradicionalmente, as chamadas de voz em redes telefônicas compreendem as frequências audíveis de 300 a 3.400 Hz. Com essa tecnologia, é possível ampliar o espectro de frequências audíveis dos 100 aos 7.000 Hz. Ainda muito abaixo da capacidade de percepção do ouvido humano, mas muito melhor do que o som do telefone tradicional. A Orange, na Europa, é a única operadora que está fomentando seriamente esta tecnologia, batizada de HD Voice, e recebeu inclusive um prêmio da GSM Association este ano pela inovação. Mas vários fabricantes de handsets estão adaptando seus equipamentos para o novo padrão e a expectativa é que até o próximo ano outras operadoras também adotem a tecnologia, que traz ganhos significativos de qualidade ao simples ato de falar ao telefone.
Mobile World Congress