No Brasil, América Móvil tem um olhar na concorrência e outro na inflação

Em conferência com analistas para comentar os resultados do segundo trimestre de 2024, o CEO da América Móvil, Daniel Hajj, avalia que a competição no segmento móvel brasileiro está bastante acirrada. Por isso, uma das estratégias da sua subsidiária , a Claro, é controlar custos para conseguir melhores resultados.

Entre abril e junho, a receita líquida da tele brasileira ficou em R$ 12,1 bilhões, puxada justamente pelos R$ 6,45 bilhões dos serviços móveis (+9,1%). De acordo com o CEO da AMX, o avanço no País se deve a sinergias como investimentos, novos sistemas e digitalização. 

"O Brasil é muito grande. Então, você pode ver em alguns estados, em alguns lugares, promoções muito fortes. Em outros, menos. Mas, no geral, não é só preço. Acho que também temos controlado muito os custos. Nosso Ebitda está crescendo mais do que a receita", afirmou Hajj, na manhã desta quarta-feira, 17.

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O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) registrou alta de 11,2% no Brasil, a R$ 5,3 bilhões no segundo trimestre.

Hajj declarou, também, que a operadora está de olho na inflação do País. "No Brasil, a inflação está entre 4% a 5% [ao ano]. Então, você tem que aumentar alguns preços. Devido a essa inflação, temos alguns custos para reajustar todos os anos. E estamos conseguindo controlar isso", disse.

Questionado por analistas do Santander sobre o robusto crescimento da fibra óptica tanto no Brasil, quanto no México, ele atrelou o resultado a um plano de investimentos mais amplo do conglomerado.

"Estamos investindo no México e no Brasil. Mas temos um plano para todos os países. Estamos investindo na Colômbia, na Argentina e em diferentes países da América Latina. Temos um plano de investimento capex para todos os países onde estamos presentes", afirmou. "Vamos continuar fazendo isso e expandindo nossa rede de fibra onde for necessário", completou. 

Consolidado

No consolidado de todas as suas operações, a América Móvil obteve receita de US$ 11,5 bilhões (205,5 bilhões de pesos mexicanos) no segundo trimestre, uma ligeira alta (+1,5%) na comparação com igual período do ano passado.

Por outro lado, no acumulado do semestre, o Grupo registrou receita de US$ 23,08 bilhões (408,8 bilhões de pesos mexicanos), praticamente estável (-0,6%) sobre a janela entre janeiro e junho de 2023.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou em US$ 4,68 bilhões (83,1 bi de pesos), avançando 5,6%. No semestre, contudo, o Ebitda caiu 2%, totalizando US$ 13,8 bilhões (245,1 bi de pesos). A margem Ebitda foi de 38,9% para 40,4% nos três meses até junho, e de 39,2% para 40%, no semestre encerrado no mesmo mês.

Em relatório do BTG Pactual, os analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi destacaram o prejuízo líquido do grupo, de US$ 62 milhões (1,1 bilhão de pesos), por conta da depreciação do peso mexicano em relação ao dólar norte-americano, além de perda em praticamente todas as regiões onde a AMX opera, o que gerou um prejuízo cambial de US$ 1,81 bilhão (32,1 bilhões de pesos).

Neste sentido, o CEO da companhia Daniel Hajj lembrou aos analistas que cerca de dois terços da dívida líquida da empresa – 404,2 bilhões de pesos (cerca de US$ 22,7 bi) – no período estavam baseadas no peso mexicano.

No entanto, analistas do BTG também ressaltam que a receita de serviços da receita serviços da companhia no segundo tri (+4,7%, a taxas de câmbio constantes) foi semelhante à do trimestre anterior, com leve aceleração da receita de serviços móveis, seguido de crescimento mais lento nos serviços de linha fixa. 

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