O Sindicato Nacional de Empresas de Telecomunicações por Satélite (Sindisat) e o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) assinaram nesta sexta-feira, 11, acordo para desenvolver pesquisas sobre o desempenho do uso de satélite como backhaul para a futura rede 5G. O contrato tem duração de dois anos, prevê o custeio de uma bolsa de estudos de Mestrado em Telecomunicações para conduzir a pesquisa e deve ser acompanhado em breve de outro acordo envolvendo um coordenador de pesquisa e mais mestrandos.
Os resultados serão apresentados na Comissão de Pesquisa e Casos de Usos do Projeto 5G Brasil, que reúne governo, operadoras, instituições de P&D e representantes de associações, como o SindiTelebrasil. O projeto tem laços com o 5G-PPP, iniciativa de infraestrutura público-privada iniciada pela Comissão Europeia e com participações de empresas de aviação, satélite, fornecedores e operadoras de telecomunicações, como Telefónica e Telecom Italia.
Segundo o presidente do Sindisat, Luiz Otávio Vasconcelos Prates, a entidade participa do projeto porque a futura tecnologia demandará conectividade ubíqua, independente da forma de acesso. Para conexão em lugares remotos, ou mesmo em ambientes marítimos ou em aviação, o uso da infraestrutura de satélite "se torna fundamental".
Para tanto, ele prevê que a 5G utilizará o conceito de network slicing, ou seja, camadas de aplicações na rede que vão determinar qual tecnologia será a mais adequada para o serviço. Prates diz também que o satélite será utilizado para redes de distribuição de conteúdo (CDN) e de rede integrada (IDN). "Para essas redes, um milissegundo (de latência) ou mais não faz a mínima diferença", explica, comparando com backhaul tradicional de fibra.
Outro objetivo do sindicato do setor é o de fortalecer uma relação institucional com o Inatel para promover o desenvolvimento na área. "O Sindisat assinou este contrato, e vem outro que ainda estamos negociando, para que haja atenção especial. Nós estamos custeando o trabalho dentro dessas comissões (do Projeto 5G Brasil)", explica, acrescentando que a entidade participa de "todas as comissões" da iniciativa. Prates não abriu valor por ainda não ter fechado o novo acordo, mas afirmou que será "mais abrangente e mais caro".