Para Cisco, redes precisam ser gerenciadas para serem viáveis

Para o vice-presidente  mundial de políticas regulatórias da Cisco, Robert Pepper, que esteve no Brasil para apresentar os mais recentes dados do levantamento do VNI (Visual Networking Index), que analisa o desempenho das redes de Internet no mundo, a grande lição que a análise dos dados mostra é que a Internet não pode ser mais entendida hoje como uma rede homogênea. Para ele, o crescimento de serviços como conteúdos em alta definição e ultra alta definição (UHD), bem como o desenvolvimento do mercado de comunicação entre máquinas (M2M), exigem que as redes de Internet sejam gerenciadas e ajustadas para necessidades diferentes de tráfego. Ele exemplifica com o problema dos horários de pico. A previsão da Cisco é que em 2018 o "horário nobre" da Internet gere um tráfego de 3,3 vezes maior do que a média do tráfego durante o dia. "Não adianta preparar a rede apenas para a média, porque no pico o volume de dados será muito maior".

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Ele também lembra que serviços diferentes exigem qualidades de serviços diferentes. "Os bits não podem ser tratados de forma igual, porque as necessidades são outras. Um serviço M2M tem que ter um outro nível de confiabilidade. Um conteúdo de vídeo em alta definição precisa de prioridade. Os dispositivos criam pressões diferentes sobre as redes. A lição que tiramos é que as redes precisam ser gerenciadas", diz o executivo. Segundo ele, os princípios gerais de não bloquear ou segmentar o tráfego precisam ser respeitados, mas é preciso acomodar as diferenças entre os diferentes tráfegos da rede.

Perguntado por este noticiário, Robert Pepper comentou sobre as diferenças que a Cisco enxerga entre a proposta de regulamentação da Internet feita pela FCC e o Marco Civil brasileiro. Para Pepper, o modelo proposto nos EUA permite mais liberdade e flexibilidade em relação às escolhas que precisarão ser feitas na gestão da Internet. O modelo brasileiro, por sua vez, apresenta menos opções ao regulador. "Acho que o Brasil terá, nos próximos meses, um trabalho importantíssimo de regulamentar essas questões dentro do modelo estabelecido pelo Marco Civil, que reduz as opções possíveis". Para ele, a proposta norte-americana permite lidar melhor com a nova realidade imposta pela Internet.

 

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