Variação cambial neutraliza crescimento do Brasil na Telecom Italia

Enfrentando uma contínua pressão do fraco desempenho da economia italiana e da guerra de preços em seu mercado doméstico, a Telecom Italia viu o peso da sua operação brasileira, em crescimento, ser diluído nos resultados financeiros consolidados de 2013 devido a uma desvalorização de cerca de 10% do Real em relação ao Euro. Apesar de ter conseguido um crescimento de 6,2% nas receitas em reais, que totalizaram R$ 19,92 bilhões (R$ 1,16 bilhão a mais que em 2012), em euros as receitas da TIM Brasil caíram 7,1% na comparação anual, de 7,48 bilhões de euros para 6,94 bilhões ao final de dezembro. Combinada com a redução de 1,71 bilhão de euros no faturamento do mercado italiano, a receita consolidada do grupo caiu 9,1% no ano, para 23,41 bilhões de euros. O ponto positivo, de acordo com o CEO do grupo, Marco Patuano, é que a redução nas receitas domésticas está desacelerando e há perspectivas de melhora para 2014.

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O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para o período de 12 meses de 2013 ficou em 9,54 bilhões de euros, 9,4% inferior ao ano anterior, com queda de 0,1 ponto percentual na margem EBITDA, para 40,9%. O lucro operacional medido pelo EBIT, por sua vez, ficou em 4,4 bilhões de euros, frente aos 4,64 bilhões de 2012.

Ainda assim, graças à emissão de novos títulos de dívida e à venda da subsidiária na Argentina para gerar caixa e recomprar títulos de dívida anteriores, a Telecom Italia conseguiu atingir a meta de encerrar o ano com dívida líquida abaixo de 27 bilhões de euros – ficou em 26,81 bilhões de euros. A expectativa é de que a relação entre dívida líquida sobre o EBITDA fique em aproximadamente 2,1 vezes até 2016.

A companhia também anunciou que cortará o pagamento de dividendos para ações ordinárias relativos ao período de 2013, pagando apenas o exigido por lei para detentores de ações preferenciais de 2,75 euros por ação (o que totalizará 166 milhões de euros). A ideia é manter dinheiro em caixa para fazer frente a investimentos em infraestrutura de fibra e 4G no mercado italiano e também no Brasil. Os dividendos devem voltar a ser pagos aos acionistas de papéis com direito a voto a partir do próximo ano, de acordo com o CFO, Piergiorgio Peluso. O Capex estimado do grupo para o período de 2014 a 2016 é de mais de 14 bilhões de euros, excluindo investimentos para a compra de espectro.

Desempenho brasileiro

Apesar da desvalorização da moeda nacional, o desempenho da TIM Brasil continua positivo com o aumento da base de clientes móveis e maior venda de smartphones e tablets. A alta de 6,2% nas receitas totais em reais foi impulsionada pelo crescimento de 1,7% nas receitas de serviços, que somaram R$ 16,7 bilhões no ano, e de 37,4% nas receitas com a venda de produtos, que passaram de R$ 2,34 bilhões em 2012 para R$ 3,22 bilhões no último ano.

Contudo, mesmo que a venda de terminais de mais alto valor tenham resultado em um maior uso de dados móveis, a receita média por usuário (ARPU) móvel caiu de R$ 19,10 para R$ 18,60 por conta na redução dos custos das tarifas de voz imposta pela competição no mercado brasileiro e pela redução nas tarifas de interconexão (VU-M).

O EBITDA cresceu 3,8%, para R$ 5,2 bilhões, com margem de 26,1%, contra 26,7% em 2012. O lucro operacional cresceu R$ 36 milhões de reais, para R$ 2,46 bilhões.

 

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