A semana começa trazendo ao mercado mais boatos sobre o futuro da Oi e da Portugal Telecom, com respaldos em uma eventual consolidação brasileira com a TIM. Enquanto Zeinal Bava estaria na iminência de entregar o cargo de presidente da brasileira, ainda em consequência do calote de 897 milhões de euros do Banco Espírito Santo, a francesa Altice, do bilionário Patrick Drahi, poderia avançar para comprar ativos da Portugal Telecom.
A saída de Bava seria anunciada ainda essa semana, segundo coluna Radar Online do jornalista Lauro Jardim, da Veja, sem citar fontes. A mesma coluna antecipou, anteriormente, as saídas de Francisco Valim e Eduardo Falco, outros CEOs da empresa que se desgastaram com os acionistas controladores brasileiros. Dentro da empresa, o discurso é o de que nada muda por enquanto, ainda que a expectativa por uma definição seja grande entre os colaboradores da empresa.
Segundo a Veja, o atual diretor financeiro da Oi, Bayard Gontijo, assumiria como presidente interino até que os controladores buscassem um novo nome. Vale ressaltar que essa mesma coluna havia dito em setembro que Bava sairia sim, mas apenas após a operadora concretizar a suposta compra da TIM. No final de setembro, quando a saída de Bava começou a ser cogitada com mais força, o nome do atual presidente da Andrade Gutierrez (acionista da Oi), Otávio Marques de Azevedo, chegou a ser cogitado para assumir a operadora, pelo menos até uma solução para a crise.
Fontes ouvidas por TELETIME confirmam que a cabeça de Bava está a perigo já há algum tempo. A situação interna do executivo na companhia está complicada, gerando insatisfação entre acionistas e também pela falta de transparência junto aos funcionários sobre a real situação da empresa.
Uma informação dada por Veja, contudo, foi contestada por fontes ouvidas por esse noticiário: a de que Bava poderia permanecer mais algum tempo, até a conclusão das negociações com a TIM. Segundo apurou este noticiário junto a fontes próximas à Oi, qualquer negociação com a TIM, se vingar, deve tomar mais tempo do que Zeinal ainda teria à frente da operadora.
Interesse
Do outro lado do Atlântico, uma movimentação pode interromper os últimos processos de fusão entre Oi e Portugal Telecom. De acordo com a agência de notícias Bloomberg, citando fontes próximas ao assunto, a francesa Altice estaria tentando chegar a um acordo para a compra dos ativos da PT já nas próximas semanas. O negócio precisa ser apoiado pela Oi, que controla a entidade fundida, e deveria "endereçar quanto da dívida em default que a Portugal Telecom manterá". A Altice é a companhia de cabo do bilionário francês Patrick Drahi e já detém a Cabovisão e a Oni em Portugal, além de ter adquirido recentemente a operadora móvel francesa SFR, que era da Vivendi, por US$ 23 bilhões em abril deste ano.
A consolidação europeia teria um determinante. A transação depende da concretização da fusão entre Oi e TIM, que teria contratado o Bradesco para avaliar a compra da operadora, conforme havia reportado a Bloomberg na última sexta-feira, 3. Tudo seria fechado no final do mês, depois do segundo turno das eleições.
A dívida líquida da Oi é de cerca de 14 bilhões de euros, o que significa mais de três vezes o seu valor de mercado, que é de 4,5 bilhões de euros. Uma eventual oferta poderia ser dada pela TIM Brasil com o aumento de capital, o que estaria sendo apoiado por Marco Fossati, segundo maior acionista da Telecom Italia (com 5% de participação através do Findim Group). O problema é que os riscos são altos, e seria necessário um processo de due dilligence na Oi para assegurar um sinal verde. Além do alto endividamento, a Oi traz consigo o peso regulatório da concessão de telefonia fixa, com obrigações de universalização nos rincões do Brasil – algo de que a TIM está livre no momento. Qualquer negociação com o governo sobre esse ônus regulatório certamente não pdoeria ser feita em um ambiente eleitoral.
