A fabricante indiana de infraestrutura celular VNL quer exportar para o Brasil um novo modelo de negócios para expansão de redes móveis em áreas rurais. Trata-se do "microtelecom", ou "microtelecomunicações", que vem sendo testado há um ano na Índia pela operadora BSNL. A ideia é a seguinte: dar a pequenos empreendedores no interior do País a possibilidade de comprar uma ERB e instalá-la em seu vilarejo. Esse empreendedor seria um parceiro da operadora de grande porte. A receita obtida com telefonia celular junto aos habitantes da vila seria dividida entre a operadora e o empreendedor. O modelo é inspirado em projetos de microfinanças, que fazem sucesso em países emergentes da Ásia. Os empreendedores precisariam de apoio de um banco, obviamente, para comprar as ERBs.
A VNL tem uma ERB desenvolvida especialmente para esse modelo de negócios, cujo preço é de US$ 15 mil. Batizada de "World GSM", trata-se de um site completo, abastecido por energia solar, e que pode ser montado em seis horas até mesmo por pessoas sem conhecimento em engenharia de telecomunicações. A ERB vem toda pré-configurada e o backhaul é feito via rádio em freqüências não licenciadas, como 5,8 GHz. Um detalhe importante: o custo de Opex é zero. "Esses sites não requerem manutenção. É para instalar e esquecer. Se um dia der problema, troca-se", afirma o vice-presidente de vendas e marketing da VNL, Vishesh Gupta. A VNL fabrica essas ERBs na tecnologia GSM para as frequências de 900 MHz e 1,8 GHz. O problema para a implantação do modelo no Brasil é que existem regras rígidas em relação à qualidade dos serviços e a responsabilização por eventuais falahas é sempre da concessionária. O executivo indiano está no Rio de Janeiro esta semana, participando do evento AmericasCom.
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