Ana Cláudia Nunes, analista de telecomunicações da Standard & Poors, observa que a BCP apresenta o melhor fluxo de caixa e uma das receitas médias por usuário mais altas entre as celulares. Lembra também que a empresa vem cumprindo à risca seu plano de negócio no que diz respeito ao crescimento da base de clientes e aos resultados financeiros. O problema, pondera ela, é que estes ganhos são em real, enquanto a empresa, beneficiando-se de fácil acesso ao credito internacional nos últimos anos, endividou-se pesadamente em dólar. A proteção deste débito contra flutuações cambiais foi feita ao longo do ano, e portanto não evitou o impacto de grande parte da desvalorização do real. Ainda, a conjuntura econômica brasileira não traz perspectivas alentadoras de aumento de faturamento para o próximo ano. Diante destes dados, Ana Cláudia diz que os sócios majoritários da operação, Bell South e Grupo Safra, terão de acudir a empresa com aportes de recursos em 2002, sob risco de que a BCP não consiga saldar a parcela de US$ 350 milhões da dívida principal em março próximo e dos R$ 500 milhões, relativos aos debêntures, em fevereiro.