Para Félix, é preciso acompanhar a onda de otimismo, mas mercado ainda precisa reagir

O presidente do grupo América Móvil no Brasil, José Félix, diz que se prepara para pelo menos repetir, no próximo ano, os investimentos feitos esse ano no Brasil. Em entrevista aos jornalistas que acompanharam o debate entre os presidentes das teles na Futurecom, que aconteceu esta semana em São Paulo, Félix afirmou que o ano que vem é planejado agora até o final de dezembro e que "deve manter os investimentos desse ano". Segundo ele, "existe um otimismo no país que é inegável. Não sei se vai se concretizar, mas tem que aproveitar essa onda". Ainda segundo Félix, "dinheiro para vender não vai faltar. Dinheiro para criar capacidade não vai faltar. Mas dinheiro para ampliação, novos mercados, é por aí que haveria restrição". Segundo o executivo, a empresa deve "fazer aquilo que o pessoal chama de ganho de eficiência, fazer mais com menos".

Crise

Segundo Félix, a retomada passa por alguns desafios. A questão tributária, diz, é extremamente importante, mas não é um problema venha de hoje. "O que falta é o mercado reagir. Pessoalmente é a maior crise que eu vi, mas não é um mercado parado. As pessoas continuam comprando e a gente continua crescendo. Nós podemos identificar um problema muito claro no pré-pago, mas o mercado anda em todos os outros segmentos. Não é o que se tinha antes, mas é sadio e vai se reverter em receitas".

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Importância das mudanças legais

Segundo Félix, o peso das mudanças legais no modelo de telecom varia a depender do player. "Quando você fala disso para a Oi, é vida ou morte. Para a Telefônica é extremamente importante. A TIM nem quer saber o que é isso. Para a América Móvil é algo importante porque precisamos da certeza jurídica do que vai acontecer em 2025". Segundo ele, o tamanho dos bens reversíveis da América Móvil não é do tamanho da Oi ou da Telefônica, "e por isso parece que a gente valoriza menos". "Mas estamos acompanhando e sempre nos posicionamos que fosse qual fosse a mudança, ela deveria ser opcional. Há ainda muitas questões que preocupam, mas já temos a noção do espírito (da reforma) e isso é bom. Mesmo que haja preocupações, como a valoração da mudança e troca por investimentos em alguma coisa".

Sobre o interesse nos ativos da Oi

Segundo José Félix, o grupo América Móvil está interessado na Oi, mas por obrigação, "porque somos um player que acompanha o que acontece com todos". Segundo ele, quando a Oi divulgou que tinha ativos, fibras, alguma coisa de celular, a empresa disse que havia interesse nesses ativos, mas não na empresa. "Não queremos comprar a Oi, recuperar a Oi, nos tornarmos controlador. Teríamos que nos aprofundar no estudo dos ativos, para ver se há complementariedade. Me interessa o assinante da móvel, por exemplo. Ativo é sempre uma oportunidade, mas ninguém está desesperado atrás do ativo. Se houver uma avaliação, a possibilidade (de comprar) e dinheiro disponível, por que não?", declarou Félix. Para ele, é importante que no mercado se mantenham três competidores. "Não acho que deva haver menos de três".

Estratégia móvel

Segundo Félix, a Claro planeja, na rede 4G, chegar a 2 mil cidades em 2017 e 4,3 mil em 2019. E planejam usar a faixa de 700 MHz, "porque pagamos muito dinheiro". Segundo o executivo, há uma dificuldade de fechar o acordo com a Huawei porque "a gente quer fechar (a compra de equipamentos) com 700 MHz" mas ainda há uma certa dificuldade de dizer quando a faixa estará livre. Ele diz que não é possível dizer que a Claro priorizará o uso do 700 MHz porque "seria suicídio", uma vez que nem todos os aparelhos são compatíveis. Também segundo o executivo, a Claro está fazendo refarming de 1,8 GHz.

Segundo o executivo, que hoje acumula o comando da holding com o comando da unidade móvel, faz parte da política que o grupo desenhou ter um novo CEO para a unidade móvel, "e no tempo certo será divulgado o nome".

Switch-off da TV analógica

Segundo Félix, em Brasília "parece que está tudo certo (para desligar dia 26)", mas em São Paulo "existe uma negociação com o Gired que é fazer um câmbio de cidades, para fazer uma coisa mais lógica e mais acertiva porque em São Paulo não pode haver erro. E qualquer erro poderia levar a um descrédito". Segundo José Félix, "todo mundo está de acordo em fazer uma troca de adiar para setembro e antecipar outras".

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