Bava, Granadeiro, PT Portugal e Pharol são alvos de buscas

Diversas empresas do grupo PT (PT Portugal), residências de ex-dirigentes e escritórios de advocacia foram alvo nesta quinta-feira, em Portugal, de buscas na "Operação Marquês", que investiga ligações entre circuitos financeiros e os grupos PT e Espírito Santo, segundo informou nesta quinta-feira, 14, a Procuradoria Geral da República portuguesa em comunicado. O mandado envolveu buscas domiciliares e em empresas em vários pontos do país. O processo, que está sob jurisdição do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), envolve crimes de corrupção, fraude fiscal e lavagem de dinheiro.

De acordo com o jornal Público (leia aqui) e a emissora SIC Notícias, as autoridades fizeram buscas nas residências de Henrique Granadeiro e Zeinal Bava (foto), ex-gestor da Portugal Telecom (PT) que posteriormente também assumiu a presidência da Oi no Brasil. Segundo a PGR local, as investigações recolheram "prova complementar àquela que já se encontrava reunida nos atos". Fontes da PT teriam dito ainda aos noticiários que inspetores estiveram na sede da empresa em Lisboa, mas que os processos "em nada afetam a gestão corrente da PT Portugal".

A operação fez ainda buscas na sede da Pharol, holding que ainda é a maior acionista da Oi, com cerca de 22% do capital da brasileira, também em Lisboa. Segundo o Público, foram solicitados documentos relativos ao período entre 2007 e 2010.

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O escritório de advogados citado pela Procuradoria teria sido o Lima Serra Fernandes & Associados, com ligações com o ex-ministro brasileiro José Dirceu, principal condenado no Mensalão e também envolvido na Operação Lava Jato. A Justiça portuguesa, em colaboração com a do Brasil, investiga também o envolvimento político na venda da Vivo, que era controlada pela PT, à Telefónica entre 2009 e 2010. A transação teve como contrapartida a entrada da Oi na Portugal Telecom, na qual Dirceu teria envolvimento. Ainda de acordo com o Público, há suspeitas de "benefícios financeiros, no valor de várias dezenas de milhões de euros, concedidos a governantes, acionistas e quadros de topo das operadoras".

Zeinal Bava confirmou ao noticiário Expresso em maio a existência de um caixa dois no Grupo Espírito Santo, e que a offshore Espírito Santo Enterprises teria transferido 18,5 milhões de euros entre 2010 e 2011 para "financiar a aquisição de ações da PT por um grupo de altos quadros (escalação) da empresa". O executivo alegou que o valor tinha "finalidade legítima" para um "momento futuro", mas acrescentou que devolveu o dinheiro.

A Operação Marquês foi iniciada em 2014 e deverá ser concluída até 15 de setembro. O principal alvo do inquérito é o ex-primeiro ministro de Portugal, José Sócrates, que teria aceitado comissões em transações envolvendo grandes empresas lusitanas.

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