Para Huawei, 5G Advanced deve impulsionar a era da IA móvel

Li Peng, vice-presidente sênior e presidente de vendas e serviços de TIC da Huawei, durante o Fórum Global de Banda Larga Móvel 2024, em Istambul

Em um período em que a Inteligência Artificial (IA) passa a permear diversas atividades da economia global, a indústria móvel terá um papel fundamental na promoção da tecnologia como serviço universal, de acordo com o vice-presidente sênior e presidente de vendas e serviços de TIC da Huawei, Li Peng.

"Nesta nova era, veremos mudanças sobre como a informação é criada, compartilhada e usada. Essas mudanças devem representar novos desafios para as redes, mas também abrirão portas para enormes oportunidades no setor móvel", afirma o executivo. A avaliação sobre o cenário atual ocorreu em painel no Fórum Global de Banda Larga Móvel (MBBF 2024), que acontece nesta semana em Istambul, na Turquia.

De acordo com projeção da companhia de inteligência de mercado IDC, 912 milhões de dispositivos terão a IA Generativa embarcada em todo o mundo até 2028, resultando em uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 78,4% nos próximos quatro anos. Até 2030, portanto, os agentes de IA deverão processar até 120 vezes mais dados do que no presente, segundo o executivo.

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Esse movimento deve acelerar a importância do 5G Advanced, evolução do padrão 5G que oferece velocidades de download de até 10 Gbps e velocidades de upload de até 1 Gbps; e também exigir mudanças estruturais nos modelos de tráfego, provocadas pela IA Generativa, com dados personalizados em múltiplas direções. 

Para Peng, o aproveitamento das oportunidades na era da IA móvel dependerá da redefinição de capacidades em quatro verticais: serviços, infraestrutura, O&M (operação e manutenção) e modelos de negócios. "Produtos e serviços móveis são o ponto de acesso perfeito para a IA. Portanto, precisamos reformulá-los para melhor atender à demanda."

No futuro, dois passos poderão ser adotados para capitalizar as oportunidades na IA móvel. "Primeiro, preparar nossas redes para suportar IA, aumentando capacidades de rede, especialmente upload, latência e capacidade", afirma. "E em segundo lugar, a IA será empregada para suportar nossas próprias redes. Com redes mais complexas, podemos usar IA para otimizar a eficiência nas redes e garantir uma experiência sólida para o usuário", completa o executivo.

O B2B e usuário final

Para o VP sênior da Huawei, há um "enorme" espaço para crescimento no B2B com o 5G Advanced. Ele acredita que as operadoras podem fornecer serviços e dispositivos de Inteligência Artificial acessíveis para pequenas e médias empresas, combinando conectividade, redes e capacidades de IA de olho na transformação inteligente.

Contudo, será necessário reformular a infraestrutura, visando o suporte de uma ampla gama de requisitos de experiência de serviços. A discussão ocorre em momento onde o Brasil ainda debate como monetizar as redes 5G  (embora a companhia chinesa já se prepare para lançar o 5G Advanced no País)

Já lá fora, mais de 30 operadoras já lançaram planos móveis baseados em velocidade na Europa, frisa o VP da Huawei. Atualmente, muitas teles líderes de mercado na China, Oriente Médio, Ásia do Pacífico, assim como no próprio continente europeu, já modificaram suas capacidades de serviço, com ajuda da IA.

"Nós também precisamos redefinir novos modelos de negócios. Os consumidores estão dispostos a pagar mais por uma experiência garantida. Hoje, as operadoras chinesas também estão explorando a monetização multifatorial", ressalta Peng. No B2C, uma opção para as teles é usar os pontos de contato comuns e fornecer serviços inteligentes, como chamadas, mensagens e atendimento ao cliente.

Como exemplo de serviços para os consumidores, estão as caixas com recursos de IA para residências, novos formatos de chamadas e serviços de cloud para certas aplicações. "São frentes que podem abrir novas fontes de receita baseadas em poder computacional"

Por fim, o Peng pondera que redes mais complexas podem trazer desafios maiores para operações e manutenção (O&M). "Essa é também uma área onde redes habilitadas por IA podem ajudar. As operadoras podem usar agentes e compiladores de IA para tornar as operações e manutenção muito mais eficientes", diz.

(O jornalista viajou à Istambul a convite da Huawei)

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