Com aposta em sites inteligentes, American Tower ainda sofre com licenciamento de torres

Antena de celular
Torre de celular. Foto: Bruno do Amaral

A morosidade no licenciamento de torres para estações radiobase (ERBs) em diversas cidades do País tem sido responsável pela postergação da instalação de em média 200 estruturas ao ano apenas na operação da American Tower, afirmou o CEO da gestora de infraestrutura, Flavio Cardoso, durante a Futurecom.

Segundo o executivo, as regras defasadas em localidades como São Paulo e Belo Horizonte têm causado o adiamento da ampliação da infraestrutura e até mesmo o cancelamento em ocasiões onde a demora causa "perda na tração do processo de construção". "Nós ficamos reféns de processos morosos", afirmou Cardoso, destacando que novas leis para o licenciamento se fazem necessárias, sobretudo em metrópoles.

No momento, o governo federal atua na elaboração de um decreto que pode resolver parte do problema ao regulamentar a Lei das Antenas (13.116/2015), estabelecendo um silêncio positivo para casos onde não há resposta do município em 60 dias. Para o CEO da American Tower, essa participação mais ativa da União é necessária. "Para ser executável, uma regulamentação eficaz da Lei das Antenas precisa criar consequências [em caso de descumprimento]", afirmou ele, em menção ao silêncio positivo – mas não sem destacar que o dispositivo também precisa ser "aceito pelas cidades". Segundo Cardoso, tais avanços são ainda mais importantes com a iminência do 5G, que vai obrigar uma ampliação da cobertura de acesso.

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Sites monitorados

Mas se a liberação das prefeituras para a expansão das torres e sites tem sido uma dificuldade, em outra frente a American Tower procura diversificar os serviços que oferece para seus atuais clientes. Uma das novidades é o conceito de sites inteligentes. No caso dos sites na área de cobertura da antiga Cemig Telecom (adquirida pela American Tower), os sites já são oferecidos às operadoras conectados ao backhaul de fibra, e com capacidade de monitoramento a partir da rede LoRa (para IoT) que a American Tower também opera. A rede LORa já cobre hoje 55% do PIB, segundo a empresa. "Buscamos um conceito de site plug-and-play, em que o cliente tem mais do que apenas a estrutura de torre e energia", diz Abel Camargo, diretor de desenvolvimento da empresa em entrevista exclusiva a este noticiário.

A American Tower desenvolveu uma solução de sensores e interface de gerenciamento para que os clientes possam monitorar movimento, manipulação indevida de equipamento, variações de temperatura etc dos sites que comercializa, todo em cima da rede LoRa.

Os sites inteligentes também já trazem antenas multiband e toda a parte de energia. "Todos estes recursos são compartilhados entre os diferentes clientes, mas cada um com o seu controle individual. Com isso, o custo do site é muito menor", diz Camargo. Os sites também estão preparados para receber iluminação pública, também monitorada pela rede LoRa.

Segundo Abel Camargo, no futuro a American Tower pode até vir a operar completamente os sites para as operadoras, , mas o foco agora não é esse. "Colocar os ativos de rádio já torna a operação mais complexa, mas no futuro, se for uma demanda do mercado, é um caminho possível", diz.

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