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SES aposta em satélites definidos por software e estuda constelação LEO

Satélite da SES da constelação O3b mPower. Foto: SES/Boeing

[Atualizado em 03/09 com posicionamento da SES] A SES está estudando a possibilidade de ingressar no mercado de órbita baixa (LEO). A companhia já conta com sistemas de posições médias (MEO) e altas (GEO), com dois lançamentos nestas órbitas até o final do ano – respectivamente, os satélites da O3b mPower e o SES-17, mas já vislumbra uma forma competição com outras frotas LEO, ainda que a estratégia precise ser definida para isso.

Segundo o vice-presidente sênior de satélites na SES, Neliton Vasconcelos, no momento a empresa está concentrada na sinergia de GEO e MEO, mas um estudo em parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA) está sendo conduzido. “Provavelmente vamos anunciar alguma coisa nessa direção ainda este ano”, declarou ele durante painel de abertura nesta terça-feira, 31, no Congresso Latinoamericano de Satélites, evento organizado por TELETIME e Glasberg Comunicações.

Mas a principal prioridade da empresa do ponto de vista tecnológico é mudança de paradigma de contratação de satélites, passando a utilizar artefatos que tenham uma configuração padrão de hardware e que possam ser reconfigurados por software depois de entrarem em operação em função da demanda e necessidade dos clientes. “É uma forma de reduzir o tempo de construção, ganhar escala e permitir mais flexibilidade operacional”, disse Varconcelos.

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Durante workshop da companhia no mesmo evento, o vice-presidente de desenvolvimento corporativo para América Latina da SES, Fabio Alencar, considerou prematuro considerar onde um sistema LEO se encaixaria na estratégia da operadora. Porém, ele confirmou que há ainda uma aplicação “de um outro projeto” com esse tipo de órbita nos Estados Unidos junto à agência reguladora Federal Communications Commission (FCC). 

“Ainda não temos hoje uma definição exatamente de como se encaixa o LEO na nossa frota”, diz Alencar. “É natural que se busque ter todas as alternativas e soluções.”

O executivo ressalta, contudo, que é necessário ter transparência para apresentar as vantagens desse sistema de forma realística, especialmente no caso da latência. Além disso, há os desafios econômicos relacionados às constelações de baixa órbita. “O LEO tem que ficar de pé financeiramente, o próprio Elon Musk [dono da SpaceX e da Starlink] falou isso.”

Outras prioridades

Por enquanto, a SES investe nos lançamentos dos primeiros quatro satélites da constelação mPower e no SES-17, que cobrirá o Brasil. O próximo passo, afirma Fabio Alencar, é o planejamento da órbita média inclinada, para atingir os pólos (acima de 50º Norte e Sul) em regiões como Canadá e Antártica, onde há demanda por mobilidade marítima e aeronáutica. “Nossa prioridade é lançar o mPower, e a próxima é colocá-lo inclinado. É o que a gente enxerga como mais viável, um investimento mais acessível em curto prazo.”

O mPower ainda é customizado, mas a capacidade é totalmente digital. O SES-17 também terá o payload totalmente digital, apesar de ser um satélite de tamanho mais tradicional. Com a carga disponível de forma flexível, é possível definir onde ficará o gateway depois. Neliton Vasconcelos participou no Congresso diretamente da França, onde passará a semana para realizar a revisão da construção do satélite na fábrica da Thales. 

Posição da SES

Depois da publicação desta matéria, a SES procurou este noticiário para informar que a iniciativa da ESA é no âmbito da criptografia quântica em um projeto ainda não formalmente anunciado. Já a documentação com a FCC foi considerada apenas uma garantia, de acordo com a empresa.

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