TIM aguarda alvo certo para ir às compras na banda larga

Alberto Griselli, da TIM. Foto: Divulgação

Enxergando como "inevitável" uma consolidação no mercado de banda larga, a TIM tem avaliado alternativas de aquisição no segmento e pode realizar um movimento do gênero assim que encontrar o "ativo certo".

A indicação foi feita pelo CEO da operadora, Alberto Griselli, em conversas com jornalistas e analistas nesta quarta-feira, 31. "Estamos na busca da mexida certa, dentro da nossa estratégia. Se tiver um asset com preço bom e que permita o crescimento com qualidade na banda larga, vamos querer ir atrás, mas no momento ele ainda não apareceu no horizonte".

Segundo Griselli, hoje há muitos players buscando a consolidação e o processo na banda larga será inevitável, envolvendo operadoras de serviços e potencialmente redes neutras. "Mas não temos pressa, pois nossa exposição na banda larga é limitada. Estamos esperando as condições certas e o player certo", reiterou o CEO da TIM.

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Hoje a operadora tem um market share na banda larga fixa de cerca de 2%, bem abaixo das outras teles nacionais, consideradas incumbentes. Em caso de eventual aquisição, o movimento da TIM seria "ofensivo", no sentido de propiciar crescimento na exposição geográfica e nas receitas.

Griselli diferenciou a abordagem de movimentos "defensivos" que podem ser realizados por outros players, e que mirariam um "lock-in" do mercado onde atuam. A observação foi realizada após o CEO ser questionado sobre mudanças na dinâmica da banda larga, incluindo possível negócio entre Vivo e Desktop.

Organicamente, o líder da TIM no Brasil indicou que a empresa segue estratégia cautelosa de crescimento na banda larga, sobretudo por conta do cenário competitivo acirrado. "A abordagem seletiva não mudou", indicou Griselli.

Segundo ele, a empresa também reestruturou a máquina comercial e o papel de canais na venda do serviço, com impacto nas adições de clientes (algo que a empresa espera reverter na segunda metade do ano). Outro fator que afetou as adições foi o fim da venda de pacotes baseados em tecnologia de cobre (FTTC).

Mudanças na Itália

A conclusão da venda na Itália da rede fixa do Grupo TIM (controladora da TIM) e a consequente redução no endividamento da matriz também pode favorecer a estratégia da operação brasileira, inclusive no caso de eventuais aquisições.

"O principal benefício é que na medida que na Itália se endereça o problema de dívida através da venda da rede neutra para a KKR, o perfil de dívida do grupo melhora. Significa que do nosso lado teremos mais flexibilidade na nossa estrutura de capital, versus o passado", afirmou Griselli, nesta quarta.

"Essa maior flexibilidade permite pensar em rever a estrutura de capital no futuro, o que é algo positivo no Brasil", completou ele. Segundo Griselli, isso pode "aterrissar na prática" por aqui de várias formas, seja em decisões como a distribuição de juros sobre capital próprio ou eventuais movimentos inorgânicos de M&A. 

 

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