Seja em posiçòes de liderança, em cargos técnicos ou em se tratando de especialistas, ainda há uma enorme disparidade entre a presença de homens e mulheres no mercado de telecomunicações e de TI. Como ampliar a diversidade de gênero neste setor? É uma questão que vem ganhando cada vez mais espaço de debate nas instituições.
Durante a live organizada pelo site Convergência Digital, dedicada a discutir a presença das mulheres no ramo da tecnologia, a representante da Conexis, Natasha Nunes, destacou que ainda há uma dificuldade para mulheres ingressarem no setor.
"Quando adolescentes programam suas carreiras, muito do que eles fazem é se espelhar. É preciso que aconteça que elas vejam mulheres dentro das áreas de programação, instalação e de dados. Isso são espelhos que as meninas olham e falam: 'eu posso chegar, existe espaço'", afirmou a executiva.
Ainda que já seja possível notar avanços em comparação ao passado, atrair meninas e mulheres para a área ainda é um desafio, segundo as participantes do encontro online.
Para a Head de Desenvolvimento de Negócios e Serviços Financeiro da AWS na América Latina, Tatiana Orofino, não há uma solução direta para resolver a questão, mas, sim, uma série de caminhos.
"Eu não acredito em ações isoladas que trarão resultados mágicos. A gente precisa de consistência nas iniciativas para abordar o tema, desde a base da pirâmide, e subir progressivamente. Então, a gente tem problemas que atendem iniciativas, que dizem respeito às escolas e falam de inspiração às meninas", declarou.
Além disso, Natasha Nunes destacou a importância de ações para corrigir distorções históricas e culturais. "Não podemos falar simplesmente em 'competição de igual para igual', em colocar todos para disputar a vagas juntos e nas mesmas condições. Precisamos endereçar as assimetrias que estão na origem e a gente fica muito feliz enquanto setor de telecomunicação de ver essas iniciativas".
Lucas Rizzardo, Diretor de Vendas da Indeed, plataforma que reúne vagas de emprego, citou uma estratégia, entre as diversas que podem ser aplicadas nos processos seletivos das empresas: garantir que haja ao menos uma mulher na etapa final.
"O mundo muda muito rápido e para acompanhar essa evolução você precisa ter uma empresa diversa, uma equipe que tem pensamentos diferentes", defendeu a Diretora de Dados e Inteligência Artificial da Vivo, Adriana Lika. A executiva comentou que a operadora conta com programas de treinamentos para as mulheres, a fim de garantir que além de que elas participem dos processos seletivos para lideranças, haja a garantia de capacitação para que sejam finalistas.
Durante a conversa, também foram levantados pontos importantes como a intersecção da causa das mulheres com outras pautas, como a racial e de pessoas com deficiência. Também foi destaca a relevância de benefícios essenciais para permanência da mulher no mercado de trabalho, como a extensão da licença maternidade e paternidade, para que não haja sobrecarga nos cuidados das crianças.