GSMA: disputa por ondas milimétricas com satélites coloca 5G em risco

Foto: Pixabay / Pexels

Um total de US$ 565 bilhões em benefícios econômicos no mundo estariam em risco se não houver liberação das ondas milimétricas para o 5G, segundo alerta a Associação Global de Operadoras Móveis (GSMA) em estudo divulgado na terça-feira, 30. A associação diz que o valor corresponderá a 2,9% do PIB global em 2034, com "impacto enorme" em países em desenvolvimento na América Latina, África Subsaariana e Sudeste da Ásia. O risco, diz a entidade, está na disputa de espectro com serviços satelitais. 

Somente nas economias latino-americanas, a injeção no PIB daqui a 15 anos com o 5G será de US$ 20,8 bilhões, ou 1,2% do total do crescimento do PIB. Além disso, vai gerar um total de US$ 6,8 bilhões em impostos na região, ainda segundo o estudo da GSMA. Como casos de estudo, a entidade cita impactos da quinta geração na educação (com aplicações de realidade virtual) e no transporte (com comunicação entre veículos). O relatório regional pode ser acessado clicando aqui.

A GSMA diz que as chamadas mmWaves são espectro crítico para os serviços de quinta geração, mas que essas faixas estão sob ameaça por conta de uma disputa com o mercado aeroespacial e satelital. O assunto será tratado na Conferência Mundial de Radiocomunicação (WRC-19), que acontecerá entre 28 de outubro e 22 de novembro no Egito e reunirá 3 mil delegados de 190 nações.

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"Alguns na indústria espacial estão determinados a limitar o uso de ondas aéreas no [serviço] móvel que o 5G necessita para alcançar o seu potencial pleno", diz a entidade. A associação afirma que se trata de uma "atitude protecionista", e que poderá atrasar a implantação de redes de ultra-velocidade "paralisadas por uma geração". O diretor de espectro da GSMA, Brett Tarnutzer, disse em comunicado que é necessário agir com rapidez para assegurar a destinação das ondas milimétricas. "A WRC-19 será um momento crítico para administrações assegurarem a mmWave para o uso futuro e garantirem a entrega de serviços 5G em seus países."

Recomendações

A recomendação da GSMA no estudo global (clique aqui para acessar) é que se revise e apoie diferentes condições e propostas para o 5G, particularmente com a identificação das faixas de 26 GHz, 40 GHz e entre 66-71 GHz. Também quer apoio a processo de harmonização regional para essas bandas, por conta dos arranjos de frequência e de tamanhos mínimos dos blocos. Sugere ainda que se revise as agendas regulatórias para permitir o acesso a esses espectros; e que se destine "quantidade adequada" para operadoras sem que haja inflação nos preços. 

A associação quer que os países liberem de 80 a 100 MHz de espectro contíguo por operadora nas bandas médias (por exemplo, de 3,5 GHz) – a ideia da Anatel é de liberar ao todo 300 MHz no leilão de 5G, previsto para 2020. Nas ondas milimétricas, a GSMA sugere a liberação de 1 GHz por operadora – no Brasil, ao todo serão 3,2 GHz na faixa de 26 GHz.

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