Receitas fixas da TIM caem por mudança de foco na Intelig

Apesar dos bons resultados gerais no balanço trimestral da TIM, as receitas brutas de serviços fixos observaram uma queda expressiva de 31,1% na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando R$ 284,5 milhões. Mesmo em relação ao trimestre imediatamente anterior, houve uma queda de 3,1%. A companhia afirmou que isso aconteceu devido à "reestruturação dos negócios da Intelig". O CFO da empresa, Claudio Zezza, disse na conferência do balanço financeiro nesta quarta, 31, na Bovespa, que se trata de "um componente negativo na parte do fixo, atrelado ao posicionamento em relação ao mercado corporativo da Intelig".

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Isso indica que a queda nas receitas fixas se deu com clientes empresariais. O diretor de relações com investidores, Rogério Tostes, explica que o impacto nas receitas devido às mudanças é esperado. "O negócio está sendo redimensionado para o tamanho que a gente acha que ele tem que ficar", contou o executivo a este noticiário. "É provável que no próximo trimestre a gente já veja uma normalização, mas é redimensionamento de negócio. Estava numa escala maior, gastando-se muito, comendo muito EBITDA, um resultado não muito bom; e a gente remodelou, colocou o negócio no tamanho que a gente acredita ser o razoável".

O presidente da TIM, Rodrigo Abreu, explica que isso é fruto de uma mudança de foco, já que a empresa acabou levando a uma situação na qual o negócio fixo apresentou, apesar do crescimento na base, "diminuição sensível na rentabilidade". Assim, a operadora começou a fazer uma reestruturação da Intelig no segundo semestre de 2012 e "passou a focar numa parte do fixo com mais rentabilidade, e isso está em curso". Segundo Abreu, em uma recente reunião do conselho de administração da empresa, discutiu-se essa reorganização. "Talvez vejamos um efeito pequeno no terceiro trimestre, estabilizando no quarto trimestre, quando estiverem mais em linha com a redução de receita e reestabilização da base", diz.

A telefonia fixa, segundo ele, é um pequeno componente (a empresa não abre os números da sua base) que não se destaca nos números. "De maneira geral, a reestruturação da Intelig é menos do ponto de vista da companhia, mas mais de estabilização de estratégia. Estamos segregando as pequenas (empresas), o que vai deixar a Intelig com base em foco de clientes rentáveis, privilegiando os atendimentos nas regiões e localidades onde podemos ter fibra própria", explica Abreu.

O atendimento às pequenas e médias empresas fica então a cargo da TIM Fiber Empresas, serviço lançado neste mês de julho pelo braço da operadora capitaneado pelo diretor-presidente, Rogério Takaynagi. "O mercado da TIM Fiber é tudo aquilo que é muito próximo do residencial, que são as pequenas e médias (PMEs), que precisam de SLA diferenciado, IP dedicado, mas não necessariamente precisam de multiponto com criação de VPNs e NOC dedicado", diz o executivo. Ou seja: a empresa não tem interesse em fundir os negócios, pelo menos por enquanto. "A Intelig consegue poucos clientes com uma receita muito grande e alto nível de customização. Como o modelo de negócios é diferente, neste momento não temos interesse em pegar a TIM Fiber e subir", declara Takaynagi.

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