O presidente da Anatel, embaixador Ronaldo Sardenberg, lembra que na questão da ocupação do espaço de 2,5 GHz, "o jogo ainda está aberto e as coisas podem mudar". Ele faz a afirmação ao ser confrontado com a hipótese de operadores de MMDS conquistarem, nos próximos anos, um número expressivo de assinantes de TV e banda larga, de modo a inviabilizar a redução de espectro proposta pela agência. "É o jogo do capitalismo: ganha quem fizer os investimentos", diz. Mas ele reconhece que o argumento que pesou contra o setor foi o reduzido número de assinantes. "Sem querer esfaquear ninguém, mas 300 mil assinantes não justifica a manutenção de tanto espectro", diz o presidente da Anatel. No entanto, os operadores costumam alegar que esses 300 mil assinantes foram conquistados em um cenário em que a digitalização do serviço e a expansão da oferta da banda larga eram ou incertas ou impossibilitadas pela regulamentação. "A nossa avaliação técnica é que é perfeitamente possível ao MMDS crescer e conquistar assinantes com o espectro que está sendo destinado a eles".
Competição
Perguntado se a proposta aprovada pelo conselho diretor visaria a ampliação do número de competidores ou a manutenção do cenário atual, Sardenberg relembrou que o quadro da banda larga móvel está em transformação. "Há dois anos, o WiMAX era a alternativa para a banda larga móvel, e hoje é uma das alternativas", concluiu. Sardenberg disse que, por conta de tempos de análise interna diferentes por parte dos técnicos da agência, não foi possível avaliar o regulamento de uso eficiente do espectro antes da decisão sobre a faixa de 2,5 GHz, o que seria o ideal, segundo o embaixador. Mas esse regulamento será importante para avaliar no futuro a ampliação das faixas para os operadores de SMP. As declarações foram dadas em entrevista exclusiva para a revista TELETIME de agosto, que circula na próxima semana.