A decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS) de classificar as emissões eletromagnéticas proveniente das redes celulares como "possivelmente carcinogênica para humanos" acendeu nos fabricantes e operadores de telecomunicações a luz amarela. Rapidamente, o Mobile Manufacturers Forum (MMF), entidade que representa fabricantes de celulares em todo o mundo e que se dedica sobretudo a esta questão dos efeitos das radiações não-ionizantes sobre a saúde humana, se posicionou. A entidade explica que a Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (IARC) de fato classificou a exposição aos campos eletromagnéticos de radiofrequência (emitidas não só por telefones celulares, mas também por dispositivos sem fio, radares e transmissões de rádio e TV) como possivelmente carcinogênicos. Para o MMF, "é um fator significativo que a IARC tenha concluído que os campos eletromagnéticos de radiofrequência não sejam definitivamente ou provavelmente carcinogênicos para humanos". Ou seja, a entidade comemora o fato de a classificação não ter se dado em um nível acima, que seria o de "provavelmente carcinogênico". "Em vez disso, a IARC apenas concluiu que ainda há a possibilidade de que os campos de radiofrequência sejam carcinogênicos e identificou áreas para pesquisas adicionais", posicionou-se a entidade dos fabricantes. Segundo a MMF, isso significa que a IARC avaliou apenas a possibilidade de risco, e não o risco real em uso normal. "Essa avaliação agora será considerada pelas autoridades de saúde, que vão determinar o seu impacto em geral", diz a associação. Para a MMF, mesmo que ainda sejam necessárias "mais pesquisas de longo prazo para esclarecer esta possibilidade", as pessoas que estiverem preocupadas podem reduzir sua exposição aos sinais de rádio emitidos pelos telefones celulares, como usar dispositivos "hands-free" ou limitando o número e a duração das chamadas. Para a OMC, "usar o telefone em áreas com boa recepção também diminui a exposição, porque permite que o telefone transmita com menor potência".
Saúde pública
