No Grupo TIM, estatal Poste Italiane alcança 25% de participação

QG do Grupo TIM em Roma. Foto: Edilportale.com Spa/Wikimedia Commons

Empresa de serviços postais com maioria do capital detido pelo governo da Itália, a Poste Italiane alcançou uma participação de 24,81% das ações ordinárias do Grupo TIM (controlador da TIM Brasil), após acordo para adquirir fatia de 15% detida pela Vivendi.

A operação foi comunicada ao mercado no último sábado, 29. Pela participação adicional no Grupo TIM, a Poste Italiane pagará 684 milhões de euros (cerca de R$ 4,2 bilhões, na cotação atual), ou 0,2975 euros por ação.

A estatal italiana de serviços postais já possuía 9,81% do capital votante no Grupo TIM, e com a aquisição se torna o principal acionista individual da operadora de telecom. Já os franceses da Vivendi – que reduziram participação na tele italiana na última semana – ficarão com apenas 2,51% das ações ordinárias e direitos de voto.

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Movimento estratégico

Para a Poste Italiane, a transação representa um "investimento estratégico realizado com o objetivo de atuar como um acionista industrial de longo prazo". A expectativa da empresa é concluir a operação ainda no primeiro semestre deste ano, após aprovações regulatórias.

Empresa de serviços postais com 162 anos de existência, a companhia tem 35% de seu capital detido pela Cassa Depositi e Prestiti (CDP), o banco de investimento estatal da Itália. Outros 29% do capital da Poste Italiane são detidos diretamente pelo Ministério de Economia e Finanças do país europeu.

Já os cerca de 35% restantes estão pulverizados entre acionistas institucionais e de varejo, dado que a companhia tem ações listadas na bolsa de Milão. Além de serviços postais, a Poste também atua nos segmentos de telecom, seguros, logística e serviços financeiros.

Com a confirmação da fatia maior no Grupo TIM, a acionista projeta o estabelecimento de parcerias industriais, aproveitando sinergias entre as duas companhias nos setores de telefonia, serviços de TIC, conteúdo de mídia, serviços financeiros, seguros, pagamentos e energia.

O acordo também envolve a possibilidade da Postepay (operadora móvel virtual detida pela Poste Italiane) acessar a rede móvel do Grupo TIM na Itália. As negociações para este acordo já eram públicas e estão em fase avançada, com início da parceria previsto para 2026.

A Poste afirmou ainda que não pretende exceder o limite de ações (25%) que disparariam uma oferta pública obrigatória do capital do Grupo TIM. Vale notar que além dos 24,81% das ações ordinárias com direitos de voto, a empresa também passa a deter 17,81% do capital total da companhia, com aquisição de 10,77% até então detidos pela Vivendi.

O aumento da participação estatal nas operadoras de telecom europeias não é movimento exclusivo da Itália. Na Espanha, o governo também tem aumentado participação e ampliado relevância dentro da Telefónica – que no Brasil controla a operadora Vivo.

Vivendi de saída

A operação anunciada no sábado também é simbólica por conta da diminuição relevante na participação da Vivendi no Grupo TIM. Investidora do multinacional desde 2015, a gigante francesa de mídia protagonizou alguns momentos conturbados com a operadora – sendo o mais recente a discordância quanto à venda dos ativos de rede fixa na Itália.

"A Vivendi indicou em várias ocasiões sua intenção de vender sua participação no [Grupo] TIM em boas condições financeiras", notaram os próprios franceses, em breve comunicado divulgado sobre o negócio com a Poste Italiane. Com a aprovação, a Vivendi fica com apenas 2,51% do capital votante na operadora italiana e 1,8% do capital total.

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