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PwC é substituída como administradora judicial da Oi após “erros grosseiros”

Em meio a uma semana conturbada, com indícios de intervenção por parte do governo, a recuperação judicial da Oi ganhou mais um drama nesta sexta-feira, 31: a  PricewaterhouseCoopers Assessoria Empresarial não será mais o administrador judicial (AJ) financeiro da RJ. A decisão foi tomada pelo juiz Fernando Cesar Ferreira Viana, da Comarca da Capital do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que no despacho desta sexta-feira cita “erro grosseiro” com duplicação de créditos que aumentaria a dívida da companhia em mais de R$ 2 bilhões. Em seu lugar, o juiz já intimou a BDO Consultoria, entidade sugerida pela Anatel, para atuar em conjunto com o outro AJ do processo, o escritório de advocacia Arnoldo Wald.

A PwC trabalhou por oito meses e recebeu 30% da remuneração global fixada, o que o Juízo considerou “mais do que suficiente” para ter entregue o trabalho final. Assim, ela não deverá receber mais nenhum valor da Oi. Em decorrência da substituição e para não atrapalhar ainda mais o processo, o juiz Fernando Viana suspendeu temporariamente o prazo de 20 dias úteis para a entrega da lista do AJ – o prazo era para até o dia 4 de abril. A BDO foi então intimida a prestar o compromisso, enquanto a PwC deverá apresentar em 48 horas todos os documentos, informações e resultados de análises relativos à RJ.

Erros

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Entre várias reclamações, o “ponto alto” citado como motivo foi a entrega da lista do AJ, na qual a PwC “cometeu erros inaceitáveis, deixando credores de fora da lista, incluindo credores que não deveriam lá constar e duplicando créditos que aumentaram a dívida das recuperandas em mais de R$ 2 bilhões”. A empresa admitiu a falha, alegando “erro material” ao colocar um comando por engano (“substituição” foi executado como “inclusão”) na planilha. Viana diz que “errar sem dúvida é humano”, mas que espera “um grau de compromisso e dedicação excepcionais” dada a complexidade e importância do trabalho.

“A duplicação de créditos é um erro grosseiro e inaceitável que não poderia, de forma alguma, acontecer”, declara. Para piorar a situação, a PwC apresentou pedido de prorrogação do prazo para apresentação da lista de credores. Atualmente, o trabalho está em fase final, só faltando a consolidação das informações desse AJ financeiro, e por isso o juiz considerou “inadmissível o fundamento do pedido de prorrogação”. Ele avalia que faltou à empresa organização, coordenação e gestão do projeto. Viana reclama que, na maior recuperação judicial da América Latina, o trabalho já é complexo por si só, e que “não há espaço nem tempo a se perder com a atuação do AJ financeiro”, o que traz prejuízo à condução do processo.

O próprio Juízo da recuperação indicou a PwC como administrador judicial financeiro, mas ele alega que a a confiança se rompeu, justificando a substituição. “Na verdade, desde o início, o AJ financeiro parece ter tido dificuldades em compreender seu papel nesta recuperação. Talvez porque tenha sido a primeira vez em que atua como administrador judicial”, declara. Ele afirma que a empresa “se equivocou barbaramente” ao informar que reduziria escopo do trabalho “na medida em que os honorários por ela propostos seriam reduzidos”. Viana afirma que o zelo do AJ ficou “muito aquém das expectativas”, o que levou à intervenção do Juízo para que o trabalho fluísse. Nada disso adiantou, e Viana acabou por pedir o afastamento da empresa.

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