Brasil não está atrasado na adoção de smart grids, diz MME

O processo de implantação de redes elétricas inteligentes (smart grids,) que reúnem serviços de energia e de telecomunicações, não está atrasado no Brasil. Quem garante é o diretor do departamento de gestão do setor elétrico, do Ministério de Minas e Energia (MME), Marcos Franco Moreira.
Segundo ele, o país está debatendo este assunto no momento certo. "Não estamos atrasados. Sabemos que o mercado espera uma definição, mas temos de fazer o nosso programa com calma", disse. Ele destacou que o governo elaborou um relatório, com coordenação do MME, que traz um mapeamento do que está sendo feito no mundo, analisando as tecnologias adotadas na Europa e na Ásia, para escolher qual delas se adapta melhora à realidade do país.
"O Brasil tem que tropicalizar, considerando as características do nosso sistema", disse. Por envolver diversos setores e pela sua importância para o país, o programa de smart grid inclui, também, os ministérios da Ciência e Tecnologia, das Comunicações, do Planejamento e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

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O primeiro passo para a efetiva implantação do smart grid já está sendo dado. Sob a coordenação da Aneel, fabricantes, distribuidoras e outros órgãos reguladores estão trabalhando na especificação das funcionalidades e na regulamentação da instalação dos medidores inteligentes – alicerces sobre os quais se construirá a rede.
O superintendente de Regulação dos Serviços de Distribuição da Aneel, Paulo Henrique Silvestri, anunciou que a definição da resolução com os requisitos dos medidores inteligentes deverá sair até o fim deste semestre. Ele adiantou também que está prevista uma audiência pública para discutir como será feita a troca e implantação do parque de medidores. A adoção do smart grid no Brasil traz, também, a convergência de oportunidades entre as áreas de energia e de tecnologia da informação e comunicações (TICs).
Fato apontado tanto por Silvestri, quanto pelo gerente geral de Certificação e Engenharia de Espectro da Anatel, Maximiliano Martinhão, que destacou o papel da agência que já está trabalhando na regulamentação de funcionalidades para o smart grid, do ponto de vista do setor de telecom, como a utilização da comunicação de dados pela linha elétrica – Power Line Communications (PLC).
"O smart grid é um projeto de desenvolvimento nacional e agrega benefícios além do controle da distribuição de energia elétrica", disse. Martinhão salientou, ainda, a possibilidade de interação entre o programa de smart grid com o Plano Nacional de Banda Larga. "Eles se complementam", observou.
Já o coordenador do GT Redes Inteligentes da Abinee, Álvaro Dias, disse que, em relação à troca do parque de 65 milhões medidores eletromecânicos das redes de energia pelos medidores inteligentes, as empresas associadas da entidade têm capacidade para produzir, tranquilamente, 10 milhões de medidores ao ano. Segundo ele, esta troca do parque pode ser oportunidade também de se implantar uma política de semicondutores no Brasil. O assunto foi debatido no Abinee Tec 2011.

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