Oi descarta compra da Eletronet

Ao contrário do que foi noticiado pela coluna Radar da revista Veja na Internet e pelo jornal O Estado de S. Paulo, a Oi não comprará a Eletronet. Ou pelo menos não a curto prazo e dentro dos termos que estão sobre a mesa no momento. Quem informa é um executivo do alto escalão da operadora, segundo o qual o negócio envolve muitos interesses distintos e conciliá-los seria muito complicado. "Analisamos a Eletronet todo ano, como também o faz a Telefônica, a Embratel e outros", relata a fonte. Ele lembra que o passivo da empresa é muito alto e é preciso levar em conta o investimento que seria necessário para transformar a Eletronet em um negócio rentável. Cruzando esses gastos com a demanda por capacidade de rede no mercado brasileiro, o retorno de um investimento desse tipo demoraria mais de 20 anos. Em outras palavras, a fonte considera o negócio economicamente inviável no momento.
Coincidentemente ou não, nesta terça-feira, 31, após a publicação de algumas notícias de que a compra da Eletronet pela Oi estaria próxima, as ações da concessionária local de telefonia fixa na Bolsa de Valores de São Paulo figuraram entre as maiores altas do dia. A TMAR5, preferencial da Telemar Norte Leste, chegou a subir 10% durante o dia, encerrando o pregão com alta de 6,91%, cotada a R$ 52,30. Os outros papéis do grupo Oi também subiram acima da média do mercado, embora não com tanta força.
Eduardo Roche, analista do banco Modal, contudo, não vê de maneira positiva uma possível compra da Eletronet pela Oi: "Com a aquisição da Brasil Telecom a Oi passa a ter um backbone no país inteiro. Uma aquisição da Eletronet não ofereceria tanta sinergia. Poderia ser até uma dor de cabeça. Mas tudo depende do preço", comenta.

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Briga judicial
Desde 2003, quando a Eletronet declarou falência, corre uma briga judicial pela posse dos ativos da empresa e pelo pagamento de suas dívidas aos credores. De um lado, as empresas de energia elétrica Chesf, Eletronorte e Eletrosul querem de volta os ativos que haviam cedido para a Eletronet. De outro, credores, como Furukawa e Alcatel-Lucent, querem receber a dívida deixada pela Eletronet. Os controladores da Eletronet são a Lightpar, que pertence ao Governo Federal, e a LT Bandeirante, sócio privado que tem 51% das ações.

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