Apesar de ter sido basicamente o único serviço que mostrava crescimento, a banda larga fixa encerrou o ano passado com uma queda mensal, segundo dados divulgados pela Anatel nesta quinta-feira, 31. Foram 9,8 mil acessos a menos, uma redução de 0,03%. No comparativo anual, entretanto, houve aumento de 2,378 milhões de contratos, um avanço de 8,30%. Os responsáveis pelo crescimento foram, mais uma vez, os provedores regionais, a tecnologia de fibra e as velocidades de acesso mais altas. Na soma de tudo, a base brasileira do serviço de comunicação multimídia encerrou 2018 com 31,048 milhões de acessos.
Destaca-se aqui o grande avanço de conexões com velocidade acima de 34 Mbps, consideradas "ultra banda larga". Com 395,3 mil adições líquidas (um crescimento de 5,13%) somente comparado a outubro, essa faixa encerrou o ano com 8,099 milhões de acessos, tornando-se assim o segundo maior recorte no mercado brasileiro. Comparado com dezembro de 2017, foram 3,812 milhões de acessos a mais, avanço de 88,94%. A terceira faixa mais popular agora é a de 12 Mbps a 34 Mbps, que chegou a avançar no mês (0,27%) e no ano (3,06%), mas acabou perdendo o segundo posto justamente em dezembro, quando totalizou 8,077 milhões de contratos.
A maior base no Brasil ainda é a de acessos entre 2 Mbps e 12 Mbps, com 9,772 milhões de conexões. Como esse recorte tem sofrido sucessivas quedas – no mês foi de 2,46%, e no ano, de 1,78% – é de se esperar que, até a metade de 2019, as conexões com velocidades acima de 34 Mbps tornem-se a faixa mais popular no Brasil.
O avanço da velocidade parece estar ligado ao crescimento da fibra ótica no País. A tecnologia apresentou um desempenho mensal positivo, com 198,6 mil adições (aumento de 3,68%), e um avanço anual de 2,538 milhões de adições (83,11%), totalizando 5,593 milhões de conexões em dezembro. Além do FTTH e de uma quantidade marginal de adições em PLC, apenas a banda larga via satélite mostrou crescimento. Foram 8,1 mil adições no mês (aumento de 4,52%), e um avanço de 54,5 mil em 12 meses (crescimento de 40,68%), totalizando 188,4 mil contratos. Vale lembrar que foi justamente nesse período de final de ano que a Yahsat começou a operar com seu serviço de banda larga satelital e a HughesNet promoveu a expansão em sua operação.
Os acessos em cobre (xDSL), por outro lado, foram o que mais caíram no mês: 145,1 mil desconexões (1,17% de queda). No ano, foram 869,3 mil desligamentos (6,64%). Mas ainda é a tecnologia mais comum no País, com 12,230 milhões de conexões. A segunda mais popular, o cabo, não apresentou mudança significativa no mês (apenas 272 desligamentos), mas encerrou o ano com crescimento de 5,03% (451,6 mil adições) e uma base de 9,428 milhões de contratos.
Avanço de ISPs
Como tem sido comum, os provedores regionais lideraram as adições mensais. Foram pouco mais de 63 mil acessos a mais, um aumento de 1,02%. Como tiveram avanço de 2,041 milhões de contratos em 12 meses (um aumento de 48,52%), foram responsáveis por quase todo o crescimento do mercado de banda larga fixa no ano. Em dezembro, os ISPs consolidaram seu terceiro lugar, à frente da Oi, com 6,249 milhões de conexões.
Também cresceram no mês a América Móvil (Claro, Embratel e Net), com 11,2 mil adições, e a TIM, com 10,8 mil acessos a mais. O grupo mexicano é o líder no mercado, com 9,361 milhões de contratos após um avanço anual de 5,25%. Já a TIM contava ao final do ano com 484,4 mil conexões ao todo. A Vivo é a segunda maior operadora de SCM, com 7,579 milhões de acessos, o que representa queda mensal (0,20%) e em 12 meses (0,09%). A Oi voltou a perder acessos no mês (redução de 1,31%) e em 12 meses (4,92%), terminando 2018 com 5,994 milhões de conexões. Vale ressaltar que este noticiário destacou na quarta-feira, 20, que as grandes operadoras estão questionando a assimetria na regulação para pequenos provedores, bem como os convênios tributários para as prestadoras de pequeno porte.